O presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, disse hoje que está sendo usado pela oposição numa guerra política e, por isso, não vai liberar seus dados bancários da CPI dos Bingos. Segundo ele, não há “acusação grave” que justifique sua quebra de sigilo pedida pela CPI, mas negada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“Vivemos num país que tem leis, que dá direitos individuais. Você só vai poder ter seu sigilo quebrado se alguém fizer uma acusação grave contra você. Qual acusação grave há contra mim? Acusa-me de alguma coisa que eu respondo”, disse Okamotto, que foi a Fortaleza participar da entrega do prêmio Prefeito Empreendedor concedido pelo Sebrae.
“Posso até vir a abrir meu sigilo bancário um dia sob a condição de que tenha direito a me defender, porque hoje estou sendo usado numa guerra política”, reagiu Okamotto irritado diante da insistência dos jornalistas.
Amigo do presidente Lula há três décadas, Okamotto admite que pagou despesas do presidente e da filha dele, Lurian. Integrantes da CPI querem esclarecer a origem do dinheiro usado por Okamotto e se ele cobriu outras dívidas da família presidencial.
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A revista Época desta semana afirma que um filho de Lula teria recebido outro depósito de Okamotto. Visivelmente irritado, o presidente do Sebrae respondeu com ironia: “O que eu disse à revista Época é que se eu dei alguma coisa pode ter sido um bicho de pelúcio, um carrinho de bebê, coisa desse tipo.”
Paulo Okamotto admite ter pagado R$ 29.400 de despesas do presidente Lula e até contas de Lurian, em torno de R$ 26 mil. Segundo ele, sua renda mensal, em torno de R$ 30 mil, é suficiente para cobrir esses gastos extras, apesar de admitir que é necessário um certo sacrifício. “Meu salário permite assumir uma responsabilidade como essa. Se fizer um bom esforço, em seis meses dá para pagar uma dívida como essa”, afirmou.
Mas a CPI dos Bingos suspeita mesmo é que o dinheiro tenha saído do valerioduto, usado para engordar contas bancárias de parlamentares envolvidos no mensalão e até do partido do presidente, o PT.
Sobre essa insinuação, Okamotto disse: “Acuse-me: você tem um depósito de x reais na sua conta, (com origem) de fulano, beltrando, de uma empresa. Se a partir de uma acusação grave a lei mandar quebrar meu sigilo bancário, eu quebrarei”, disse. “Isso não quer dizer que não queira prestar contas. Eu posso prestar contas do que queiram saber, de coisas específicas. Agora não pode ser assim, ter uma acusação e quebra-se tudo, vinte anos…”
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