O Estado de S. Paulo
Desistência de candidatura poderá fortalecer Dilma
Levantamento do Ibope feito a pedido do Estadão Dados mostra que a presidente Dilma Rousseff é, atualmente, a candidata ao Planalto no ano que vem com maiores chances de conquistar potenciais eleitores de Marina Silva, na hipótese de a ex-senadora não concorrer à Presidência da República.
Os eleitores potenciais de Marina são 43% dos brasileiros. Desse contingente, 59% disseram na pesquisa que também poderiam, votar em Dilma ou que “com certeza” votariam nela. No caso do tucano Aécio Neves, o índice foi de 52%. Eduardo Campos (PSB) apareceu com 40%. A soma dos índices supera 100% porque eleitores citaram mais de um nome como segunda ou terceira opção.
A vantagem de Dilma é maior se considerados apenas os simpatizantes de Marina que se declararam dispostos a votar “com certeza” na atual presidente. Nesse caso, Dilma aparece com 28%, quase o triplo do índice “com certeza” obtido por Aécio (10%).
Se abocanhar uma parcela maior do eleitorado que hoje simpatiza com Marina, a atual presidente reforça suas probabilidades de uma vitória no primeiro turno – atualmente, ela aparece com mais votos do que a soma dos adversários, condição necessária para encerrar a disputa sem uma segunda rodada.
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Partidos disputam espólio ambiental de ex-ministra
PublicidadeOs partidos dos presidenciáveis Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) já se organizam para disputar o espólio eleitoral da ex-ministra Marina Silva se ela não participar das eleições presidenciais de 2014» Ou mesmo para enfrentá-la, se ela for autorizada a disputar pela Rede ou optar pela candidatura por outra agremiação» Tucanos designaram o deputado estadual por Pernambuco Daniel Coelho como coordenador do partido para essa área. “Agente trabalha essaproposta hoje no formato da Rede. Esse agrupamento virtual, para agregar as pessoas pela internet. Não queremos fazer um debate interno e partidário apenas. Queremos atrair simpatizantes dessa causa, pessoas não ligadas na política partidária mas que se interessem pelo tema.” Segundo ele, o resultado disso será um documento com metas ambientais que serão inseridas no plano de governo tucano. “Um ponto crucial é que a plataforma seja realista. Tem que trazer metas para colocar em prática ao longo do tempo.”
Pontua, porém, divergências quanto a forma como Marina trata o assunto. “O Brasil tem diversos desafios. A pauta ambiental não pode e não deve guiar a campanha por isso. Marina se isola e dialoga pouco.”
No PT, a ordem é aproveitar as ações oficiais de governo para explorar o tema ambiental e o diálogo com o perfil do eleitorado de Marina. “Os principais feitos ambientais são a diminuição do desmatamento da Amazônia, o protagonismo do Brasil nas discussões sobre aquecimento global e os investimentos em geração de energia limpa”, disse o secretário-geral do partido e deputado federal Paulo Teixeira (SP).
PPS se oferece como opção para projeto de 2014
O presidente do PPS, deputado Roberto Freire, tem esperanças de ver Marina Silva candidata pela sigla em 2014, mas pondera que cabe a ela conduzir e explicitar o desejo de aproximação: “O caminho quem tem que indicar é ela. Não depende de nós, mas dela”. A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de rejeitar a Rede, afirmou Freire, prova que “a legislação brasileira é profundamente antidemocrática” e ainda carrega “entulho autoritário”.
O PSDB do senador Aécio Neves (MG) e o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, consideram que a rejeição pelo TSE da criação da Rede pode ser benéfica para as candidaturas dos dois partidos à Presidência em 2014 caso Marina opte por não se candidatar por outro partido. A hipótese, porém, não se sustenta pelos dados captados até então pelas pesquisas de opinião.
As duas prováveis candidaturas trabalham com um cenário em que vão herdar votos dos eleitores de Marina Silva. Embora tenham dito que lamentam pelos eleitores que poderão ficar impedidos de votar em Marina – e por ela própria-, dirigentes dos dois partidos, antes mesmo da decisão sobre o futuro da Rede, já estudavam estratégias para herdar os votos da ex-ministra obtidos na eleição de 2010: 19.636.359.
No PSDB, a avaliação é de que boa parte dos votos que iriam para a Rede poderá migrar para a oposição, pois a ex-senadora não é mais identificada o governo ou o PT. Pelo contrário, ela se tornou crítica do governo Dilma Rousseff, tanto na parte que se refere ao meio ambiente e à sustentabilidade quanto na forma como o Planalto conduz a economia e as relações políticas com aliados.
PSB usa escola privada como se fosse pública
O PSB do governador Eduardo Campos usou imagens de uma escola privada para exaltar o ensino público em Pernambuco em propaganda do partido divulgada nacionalmente na TV esta semana. No vídeo, uma estudante passa em frente a uma escola e depois aparece numa sala de aula com outros jovens. T o-dos estão vestidos com uniformes do ensino estadual. Enquanto isso, a apresentadora da peça afirma que “o PSB está mostrando que a escola pública pode mais”. Em seguida, Campos, presidente da legenda e provável candidato à Presidência em 2014, diz que “só há respeito quando existem serviços públicos de qualidade”. A escola mostrada não é um dos 1.089 colégios públicas estaduais de Pernambuco. Trata-se do centro universitário Maurício de Nassau, instituição particular do empresário Janguiê Diniz que fica no centro do Recife.
Protagonista da série de inserções do partido que está sendo exibida na TV, o governador de Pernambuco foi duramente criticado nas redes sociais ontem por causa da utilização das imagens de uma escola privada para falar do ensino público local.
O PSB afirmou que as imagens eram apenas “ilustrativas”. Não havia intenção, disse o partido, de mascarar ou mostrar que se tratava de uma escola pública. aA escola foi usada simbolicamente”, afirmou a as-sessoria de imprensa da legenda. “Foi alocado um local que simbolizava a ideia de escola pública e de alunos em geral”. Ainda segundo representantes do partido de Campos, as equipes do PSB não obtiveram autorização para fazer a filmagem em uma escola pública.
Projeto prevê multa para deputado que não justificar troca
O PSOL decidiu usar a semana em que a Câmara dos Deputados ficou paralisada pelo processo de migração partidária dos parlamentares para protocolar um projeto de lei que obriga o detentor de mandato eletivo a justificar junto À Justiça Eleitoral a saída de uma legenda.
De autoria do deputado do Chico Alencar (PS0L-RJ), o projeto apresentado ontem prevê que, ao se desligarem de uma sigla, senadores, deputados (estadual, federal e distrital) e vereadores devem apontar as razões programáticas para a saída.
Comissão de Ética pede esclarecimentos a presidente do Cade
A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu pedir esclarecimentos ao presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Vinícius Carvalho, após o Estado revelar no mês passado que ele omitiu no currículo que trabalhou no gabinete do deputado estadual Simão Pedro (PT), responsável por repre-sentações que apontavam suspeitas de formação de cartel, superfaturamento e pagamento de propina em contratos do Metro e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O pedido foi feito pela comissão anteontem.
O Cade, órgão que regula a concorrência empresarial no País, fechou em maio deste ano um acordo de leniência com a Siemens, empresa alemã detentora de uma série de contratos com o governo paulista nas últimas décadas. Nesse acordo de leniência – em que a empresa assume irregularidades para amenizar sanções futuras a Siemens confessou a existência do cartel e disse que ele atuou nas gestões tucanas no Estado entre os anos de 1998 e 2008.
Para ministro, Supremo não deve restringir jornalistas
Entidades de imprensa e colegas criticaram ontem a atitude do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, de pedir afastamento da mulher do jornalista Felipe Recondo, repórter do Estado, do cargo de assessora na Corte.
O ministro Gilmar Mendes defendeu que o tribunal mantenha uma boa relação com a imprensa. Entretanto, ele disse que não iria emitir juízo sobre um assunto interno da Corte e que pretendia se informar sobre a questão. “Fui presidente do tribunal durante todos esses anos e pautei minhas relações com os jornalistas de maneira muito aberta. Sei que isso afeta o jornalista Felipe Recondo, a quem devoto a maior admiração e apreço. Acho que o tribunal tem de ser uma Casa aberta, não acho que devamos ter qualquer restrição aliberdade de imprensa.” Mendes presidiu o STF entre 2008 e 2010.
Joaquim Barbosa encaminhou ofício ao vice-presidente da Corte, Ricardo Lewandowski, pedindo que este reconsiderasse a decisão de manter em seu gabinete a servidora Adriana Leineker Costa, casada com Recondo, pois a permanência dela poderia “gerar desequilíbrio” na relação entre jornalistas que cobrem a Corte. Adriana é funcionária efetiva do Tribunal de Justiça do DF e está
cedida ao STF. Lewandowskijá disse que manterá a servidora.
O coordenador-geral do Sindicato dosJornalistas do Distrito Federal, Jonas Valente, disse que a diretoria da entidade “lamenta e repudia a atitude do presidente do STF”. O sindicato pedirá explicações a Barbosa.
Filho de Herzog diz que caso Amarildo é igual a de seu pai
Ivo Herzog, filho do jornalista Vladimir Herzog, comparou o caso do pedreiro Amarildo de Souza ao assassinato de seu pai nas dependências do DOI-Codi, em São Paulo, durante a ditadura militar. Ele observou que os casos são parecidos porque Amarildo também foi vítima de agentes do Estado. O pedreiro desapareceu no dia 14 de julho, após sair da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da favela da Rocinha.
Ivo participou no Senado do lançamento de um livro sobre os 25 anos da Constituição, editado pelo Instituto Vladimir Herzog, do qual ele é diretor.
Ele citou reportagem do Estado sobre a morte de seu pai. “No dia 25 fará 38 anos do assassinato do meu pai e trago aqui um trecho do Estadão que diz: “Inquérito indica tortura com choque e asfixia antes da morte”. É a mesma manchete do caso Amarildo. Essas coisas, 38 anos depois, continuam a acontecerá”.
O Globo
Troca-troca de legendas também atinge o Senado
O troca-troca partidário mudou de cenário e saiu da Câmara para o Senado. Em rota de colisão com o presidente do PSD; Gilberto Kassab; a presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), senadora Kátia Abreu (TO), deixou o partido e acertou sua filiação ao PMDB. Egressa do DEM; onde fazia uma oposição ferrenha ao governo Lula, Kátia completa assim seu processo de aproximação da presidente Dilma Rousseff.
Kátia foi uma das fundadoras do PSD, mas se desentendeu com Kassab nas eleições municipais do ano passado. O estopim foi a intervenção promovida pela direção nacional no diretório de Belo Horizonte. Q objetivo foi forçar o apoio à candidatura do petista Patrus Ananias à prefeitura. Kátia era favorável à decisão do PSD local de apoiar a reeleição de Márcio Lacerda (PSB).
Na quarta-feira, o senador Vicentinho Alves, pecuarista e também do Tocantins, deixou o PR para ingressar no Solidariedade.
Líderes partidários se dividem sobre efeito de mudança de legenda
Líderes dos partidos que irão disputar a Presidência em 2014 contra Dilma Rousseff torceram para que Marina Silva conseguisse o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para eles, a presença da ex-senadora na campanha daria contribuição importante ao debate eleitoral E é com Marina no páreo que ainda esperam levar a eleição para o segundo turno. Todos concordam, entretanto, que se sair candidata por outro partido, Marina fica enfraquecida e sem discurso.
— Para quem é governo, quanto mais a oposição estiver dividida melhor. E isso de discutir se haverá primeiro e segundo turno é bobagem. A tendência, em eleição presidencial, mesmo que seja com menos candidatos, é sempre ter dois turnos/Existe uma tendência do eleitor de não liquidar a fatura no primeiro turno — avalia o deputado e ex-presidente do PT, Ricardo Berzoini.
Para o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque, sem o registro e caso se decida a concorrer por outro partido, Marina contraria o discurso de que busca algo diferente do que vem sendo feito na política.
— Sem a Rede, por outro partido, a representação é diferente. A força política com a Rede é uma e em outro partido, é outra. O próprio pessoal que acreditou na criação e no discurso… não sei o que todos pensam, a proposta era um partido aberto em rede, não é só Marina, é mais amplo — disse Albuquerque, acrescentando:
— Com ela, ganharíamos na ampliação do debate político eleitoral e se dividiriam mais os votos entre todos os candidatos. A Marina tem capilaridade que mexe com todos os perfis em questão. Mas uma eleição entre três candidatos principais também é uma eleição interessante. Qualquer deslize de um e de outro, um sobe outro desce.
Aliado de Cid, ministro de Portos pede demissão
O ministro da Secretaria de Portos, Leônidas Cristino, oficializou ontem sua demissão, 17 dias depois que o PSB desembarcou do governo Dilma Rousseff. Indicado pelo grupo do governador Cid Gomes (Ceará), Cristino também saiu do PSB. Mas, mesmo assim, deixou o governo sob o argumento de que sua permanência seria interpretada como fisiologismo.
A Secretaria de Portos será ocupada interinamente pelo economista Antonio Henrique Pinheiro Silveira, secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda. Ou seja, a presidente ainda não definiu para qual partido entregará o comando da pasta, da mesma forma que fez no caso do Ministério da Integração, após a demissão de Fernando Bezerra Coelho (PSB), na semana passada.
Ontem, o vice-presidente, Michel Temer, aumentou a pressão para que o PMDB assuma as duas vagas.
— Esta é uma decisão da presidente Dilma. Mas é claro que o PMDB tem cargos preparados para ocupar hoje qualquer função no país, especialmente ministérios. Mas ainda não há decisão a respeito.
Deputados usaram notas de empresas ligadas a fraude
Relatório da Polícia Federal informa que os deputados Taumaturgo Lima (PT-AC) e Fernando Torres (PSD-BA) usaram notas fiscais de duas empresas da organização do doleiro Fayed Traboulsi para justificar despesas da atividade parlamentar e pedir reembolso à Câmara dos Deputados. Segundo a PF, Lima obteve ressarcimento de R$ 77 mil, e Torres, de R$ 14 mil, a partir de notas emitidas pela MC Incorporação e pela Gold Incorporação.
As duas empresas estão no centro da estrutura de lavagem, supostamente montada pelo grupo de Fayed, para um esquema de fraude em fundos de pensão. Os nomes dos deputados aparecem em relatório da Operação Elementar, investigação conduzida pela PF e pelo Ministério Público. Essa parte do processo ainda não foi remetida ao Supremo Tribunal Federal (STF), foro de investigação de parlamentares e que já recebeu informações sobre o suposto envolvimento de outros três deputados.
Lima teria usado notas da MC Incorporação e Consultoria, entre fevereiro e agosto de 2011, para reembolsar despesas de aluguel de carros e embarcações. Durante esse período, o deputado alega ter gasto em média R$ 9.500 com transporte. Mozart Medeiros Filho, um dos ex-assessores do deputado, está entre os investigados. Lima diz que já demitiu o assessor.
Segundo relatório do MPDFT, Mozart “recebeu valores oriundos de contas bancárias de titularidade das empresas Master Tecnologia e Sistemas, MC Incorporação e Consultoria e Gold Consultoria” Só de uma das empresas, o assessor teria recebido R$ 19 milhões.
No Rio, Lula se reúne com Pezão e Cabral
Pré-candidato ao governo do Rio, o vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e o governador Sérgio Cabral (PMDB) se reuniram ontem no Rio com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir o cenário eleitoral no estado para o ano que vem. Aliados no governo federal e no governo estadual até agora, PT e PMDB podem ser adversários na luta pelo Palácio Guanabara. O prefeito Eduardo Paes também esteve presente. O encontro, que durou das 9h até as 12h, foi marcado por Lula para uma “atualização do cenário político no Rio”
O PMDB é o principal aliado do PT no governo federal. No Rio, no entanto, o senador Lindbergh Farias é o pré-candidato petista ao governo do estado, o que pode fazer com que a presidente Dilma Rousseff tenha dois palanques.
Justiça rejeita extinguir ação contra Ustra
A Justiça de São Paulo rejeitou pedido de extinção do processo de absolvição sumária apresentado pela defesa do coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-comandante, entre 1970 e 1974, do DOI-Codi em São Paulo — centro de torturas por onde passaram vários militantes contra a ditadura militar no Brasil. Ustra e mais dois delegados do extinto Dops, Carlos Alberto Augusto e Alcides Singillo, respondem pelo sequestro de Edgard de Aquino Duarte, desaparecido em 1971. Em sua decisão, o juiz titular da 9^ Vara Federal Criminal de São Paulo, Hélio Egydio de Matos Nogueira, considera válida a tese do Ministério Público de que o crime de sequestro ainda perdura.
“O delito objeto da presente ação penal não se limitou a este período e extrapolou as balizas da Lei da Anistia” escreveu o juiz em sua decisão, do último dia 30.
A defesa alegou inépcia da denúncia, inexistência de provas e obediência hierárquica, entre outras coisas.
“A denúncia oferecida pelo Ministério Público no processo está fundada em fatos, certos e determinados, especificando a conduta de cada um dos acusados. Portanto, as alegações defensivas não encontram a mínima ressonância nos autos e por esta razão as rejeito de pronto” concluiu o juiz.
Folha de S. Paulo
Assessores do Planalto querem Marina fora do páreo em 2014
O cenário preferido do Planalto é uma eleição sem Marina Silva na cédula, mas assessores presidenciais acreditam que a ex-senadora, derrotada na sua tentativa de criar a Rede Sustentabilidade, pode se filiar a outro partido para disputar a Presidência, apesar de suas evasivas.
A avaliação reservada no governo é que Marina pode se filiar ao PPS, presidido pelo deputado Roberto Freire (PE), que vinha tentando atrair o tucano José Serra para ser seu candidato em 2014.
O sonho palaciano, contudo, é que Marina não fique só na ameaça e abandone seu projeto presidencial em 2014.
Estaria, assim, configurado o quadro eleitoral tão desejado pelo ex-presidente Lula: eleição do ano que vem decidida num único round, reeditando a polarização entre PT e PSDB. Não por outro motivo ele tentou dissuadir o presidente do PSB, o governador Eduardo Campos (PE), de disputar a Presidência.
Em segundo lugar nas pesquisas, Marina é quase uma garantia de que o pleito terá segundo turno. Em 2010, ela obteve quase 20 milhões de votos, ajudando a levar a disputa a uma segunda etapa entre a petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra.
Ex-senadora tem oferta de 7 siglas, afirma aliado
O deputado federal Walter Feldman (ex-PSDB-SP), um dos principais articuladores da Rede Sustentabilidade, disse ontem ter sido procurado nas últimas 24 horas por sete partidos que ofereceram a sigla para que a ex-senadora Marina Silva se filiasse.
Com a rejeição do pedido de registro da Rede pelo Tribunal Superior Eleitoral, ontem à noite, há a opção de que Marina se filie a outra legenda para concorrer ao Palácio do Planalto em 2014.
Só que ela tem se recusado a falar nessa hipótese. Antes da decisão do TSE, Feldman dizia considerar muito difícil que Marina vá para outra sigla caso a Rede fracassasse.
Segundo ele, nessa hipótese, o provável é que ela não seja candidata. Sua prioridade seria dar continuidade à criação da Rede, apesar de o partido estar impedido de concorrer nas eleições de 2014.
“Sete partidos nos procuraram de ontem pra hoje. Há uma série de agremiações partidárias desejosas de terem Marina e muita manifestação de solidariedade”, disse Feldman, que não quis revelar o nome das siglas.
No Ceará, PSDB filia médicos contrários a programa federal
Médicos do Ceará se filiaram ontem ao PSDB para fazer oposição ao governo federal e protestar contra o programa Mais Médicos, aposta da presidente Dilma Rousseff para fixar médicos em periferias de capitais e no interior.
Houve 30 filiações de médicos ontem e estão previstas mais 200 até sábado, segundo a sigla. Desses, dois foram escolhidos para disputar os cargos de deputado estadual e deputado federal em 2104.
“Escolhemos o PSDB porque queríamos um partido que fizesse oposição ao PT”, afirmou a pediatra Mayra Pinheiro, 45, uma das que devem disputar cargo em 2014.
Segundo ela, houve uma articulação nacional em reuniões da categoria e ficou acertado que os médicos se filiarão a siglas de oposição também em outros Estados. A médica diz que a categoria não se opõe ao programa, mas à forma como foi implantado, sem discussão com a classe e mediante contratação de estrangeiros sem revalidação do diploma.
Publicidade de Dilma na TV mira governos de oposição
A um ano das eleições, o governo federal lançou uma ofensiva para apresentar na TV vídeos regionais com propagandas específicas de ações de Dilma Rousseff (PT) para cada Estado.
Foram criados até quatro vídeos para cada unidade da Federação, numa espécie de prestação de contas de investimentos nas áreas social e de infraestrutura.
Cinco Estados foram escolhidos para a estreia, no mês passado. Três são governadores de oposição ou que se afastaram do Planalto: Pernambuco, de Eduardo Campos (PSB), Minas, de Antonio Anastasia (PSDB), e Paraná, de Beto Richa (PSDB).
Os outros são a Bahia, de Jaques Wagner (PT), e o Rio, de Sérgio Cabral (PMDB).
Esses vídeos coincidem também com as propagandas partidárias de PSB e PSDB, protagonizadas por Campos e Aécio, ambos pré-candidatos à Presidência em 2014.
Presidente recebe Ratinho para gravação ‘em casa’
A presidente Dilma Rousseff deu entrevista ontem ao apresentador Ratinho, do “SBT”, no Palácio da Alvorada, sua residência oficial.
Em pouco mais de 30 minutos, Dilma teve uma conversa informal com o apresentador: apresentou o palácio, levou-o à biblioteca e à capela e contou sobre peripécias de seu neto Gabriel.
“Ela falou que o neto, quando ele vai mexer em alguma coisa lá, ela fala assim: Não mexe aí, que isso é do povo brasileiro, não é seu, só pode mexer nas minhas coisas'”, disse Ratinho.
“Falamos do Brasil, em função de tudo o que está acontecendo do pré-sal, dessas coisas, que ela vai ter muito mais verba para a educação. Vai ser uma entrevista boa, bem informal”, disse o apresentador.
Doleiro chama político de ‘chefe’ em diálogo
A Polícia Federal interceptou um diálogo no qual o deputado federal Waldir Maranhão (PP-MA) combina um encontro no Palácio dos Leões, sede do governo em São Luís, com o doleiro suspeito de comandar um esquema de lavagem de dinheiro e desvio de fundos de pensão.
Gravada com autorização da Justiça, a conversa entre o deputado e o doleiro Fayed Traboulsi faz parte do inquérito da Operação Miqueias, da PF, aberto em fevereiro do ano passado e que apurou movimentação suspeita de R$ 300 milhões em 18 meses.
Além de Waldir Maranhão, a PF identificou que pelo menos outros dois deputados federais mantinham algum tipo de contato com integrantes da quadrilha investigada.
Eduardo Gomes (PSDB-TO), secretário do governo do Tocantins, e David Alcolumbre (DEM-AP) admitem que conheciam o doleiro e conversaram com ele. Os dois negam terem tratado de qualquer tipo de negócio ilegal.
Além da conversa que cita o Palácio dos Leões, Waldir Maranhão foi flagrado em um outro diálogo com o doleiro.
Justiça aceita oito denúncias e bloqueia bens de 30 acusados
Quase seis meses depois de deflagrada a Operação Fratelli, as Justiças Federal e Estadual aceitaram oito denúncias contra ao menos 30 acusados de ligação com a “máfia do asfalto”.
A Justiça Estadual ordenou também o bloqueio de R$ 20 milhões em bens dos denunciados e proibiu os suspeitos de gerir as empresas investigadas e de manter contato com políticos e servidores.
Sob críticas da base, Kátia Abreu vai para PMDB
Uma das principais integrantes da bancada ruralista, a senadora Kátia Abreu (TO) se filiou ontem ao PMDB. Ela deixa o PSD, no qual ingressou em 2011 após trocar o DEM pelo partido fundado pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab.
Presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), a senadora migra de sigla com o aval da cúpula do PMDB, mas é alvo de críticas das lideranças estaduais peemedebistas, contrárias ao seu ingresso no partido.
Segundo o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (TO), Kátia Abreu embarca na sigla após um acerto para disputar a reeleição no Senado.
No PSD, por divergências locais, a senadora estava sob ameaça de ter sua candidatura à reeleição comprometida –ela rompeu com o vice-governador João Oliveira, que se aliou ao governador Siqueira Campos (PSDB).
Correio Braziliense
A suspeita relação entre legenda e sindicalista
O presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União (Sindilegis), Nilton Paixão, apontado por uma ala do PDT como um dos responsáveis pelo vazamento de dados dos filiados para preenchimento de fichas falsas de apoio ao partido Solidariedade, tem laços estreitos com a sigla formalizada na semana passada. Em vídeo gravado durante evento do PSB em Brasília, a mestre de cerimônia do encontro chama Nilton Paixão para compor a mesa e o classifica como “representante do Solidariedade”.
Levantamento realizado no Cartório Eleitoral da 14ª Zona, na Asa Norte, apontou que, dos 589 nomes registrados como apoiadores, 525 são de servidores da Câmara, do Senado ou do TCU. Muitos deles são filiados ao Sindilegis e afirmam que não assinaram ficha alguma. Na edição de ontem, o Correio denunciou que até um servidor do Senado morto em 2006 aparece como apoiador.
A relação de proximidade entre Nilton Paixão e o deputado federal Paulinho da Força (ex-PDT-SP), fundador do Solidariedade, é conhecida no meio sindical. Em 22 de abril deste ano, Nilton foi eleito secretário-geral da Força Sindical no Distrito Federal, conforme comprova o site da entidade. No início de 2011, o Sindilegis chegou a se filiar à Força Sindical. Logo em seguida, após pressão de alguns integrantes que não teriam sido avisados, o ato foi desfeito.
Na tarde de ontem, novos servidores do Congresso filiados ao Sindilegis foram pegos de surpresa ao perceber que estavam entre os apoiadores do Solidariedade. O editor da Rádio Senado Antônio Carlos Lopes Buriti disse que vai acionar a Justiça. “Estou profundamente indignado. Trata-se de um ato invasivo, constrangedor e criminoso. Isso é uma fraude. Dados privados foram utilizados sem consentimento para a criação de um partido. Eu sou filiado ao PSol e serei candidato a deputado distrital nas próximas eleições. Como fica a minha situação? O cartório eleitoral aceitou essa fraude”, desabafa.
A servidora do TCU Aldair Pereira Costa da Cunha também descobriu ontem que havia “assinado” a ficha partidária da nova agremiação, chancelada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na semana passada. “Estou perplexa. Meu nome consta na lista dos apoiadores. Em momento algum, assinei ou passei procuração para alguém. Enviei um e-mail ao Sindilegis solicitando esclarecimento sobre o fato”, afirmou.
Decisão era esperada
A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de negar a criação do partido Rede Sustentabilidade, de Marina Silva, seguiu as previsões de ex-ministros da Corte. Antes mesmo do julgamento de ontem, Carlos Velloso, que presidiu o tribunal de 1994 a 1996 e em 2005, destacou a impossibilidade jurídica de registro da sigla, uma vez que o número mínimo de assinaturas de apoiadores (492 mil) não havia sido alcançado. “Criar partido no Brasil é muito fácil. Não se pode extravasar ainda mais as facilidades que a lei oferece”, disse.
Velloso rebateu ainda a sugestão apresentada pelo também ex-presidente do TSE ministro Nelson Jobim, de que a Corte poderia conceder um registro provisório até que as assinaturas protocoladas sejam validadas pelos cartórios eleitorais. “Isso é danoso, do ponto de vista legal, e abre um precedente perigoso no país”, avaliou.
Para Velloso, as facilidades já existentes incentivam a criação de partidos de aluguel. “São legendas que só atrapalham a governabilidade ou servem de trampolim para seus fundadores. Não me refiro à Marina Silva, falo de forma geral sobre essa proliferação de partidos.”
Sem a Rede, aliados querem Marina em 2014
Menos de duas horas depois de terminado o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que sepultou o sonho de criação da Rede Sustentabilidade, Marina Silva começou a ser pressionada pelos aliados para se filiar a outra legenda para disputar as eleições presidenciais de 2014. Questionada sobre o futuro, a ex-senadora disse que só responderá à pergunta hoje. “Amanhã (hoje) vou dar coletiva dizendo qual é o meu posicionamento quanto às perguntas que estão fazendo, porque não discuti absolutamente nada de planos com ninguém”, disse. “Agora, vou discutir com meus companheiros, porque o plano A é a Rede e o projeto continua”, completou. Também perguntada sobre a possibilidade de um recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do TSE, Marina disse que anunciará uma decisão nesta sexta-feira. Depois do julgamento, ela se encontrou com aliados em um apartamento na 304 Sul. A reunião não havia terminado até o fechamento desta edição.
Também nos jornais de hoje os seguintes assuntos publicados ontem pelo Congresso em Foco:
Marina vai discutir alternativa à Rede nesta sexta
TSE rejeita registro da Rede Sustentabilidade
Ministro dos Portos pede demissão do cargo
Ministros liberam votos no processo do mensalão
Presidente do PEN reforça fusão para ter Marina Silva
STF absolve deputado acusado de boca de urna
Diretor da ANS pede demissão após denúncia sobre plano de saúde
Mais de 40 parlamentares já trocaram de partido; veja a lista
Índios fazem enterro simbólico de parlamentares e ministros
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