O ex-líder do PP na Câmara Pedro Henry (MT) não pode ser considerado responsável pelos R$ 700 mil repassados do caixa dois do PT para a direção do PP em 2004, segundo o relator de seu processo no Conselho de Ética, Carlos Sampaio (PSDB-SP). Para o peessedebista, não ficou claro se o progressista, apesar de líder, era responsável pelos recursos que entravam no partido.
O relatório de Sampaio, que sugere a absolvição de Henry, foi apresentado há pouco em plenário da Câmara por outro progressista, Benedito de Lira (AL). Em alguns minutos, os deputados decidem se Henry continuará com seu mandato de parlamentar. São necessário pelo menos 257 votos para que o parecer seja aprovado.
O ex-líder foi apontado como beneficiário do valerioduto pelas CPIs dos Correios e do Mensalão depois que o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) acusou-o de interferir no repasse de recursos de caixa dois do PT para o PP. Os progressistas admitiram ter recebido o dinheiro que, segundo eles, foi usado para pagar honorários advocatícios.
Em seu texto, Sampaio afirma que Henry não sabia da negociata entre PP e PT, conforme relatado por colegas de seu partido. Por isso, sustentou que não há prova cabal para pedir a cassação do progressista.
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O relator original do processo contra Henry no Conselho era Orlando Fantazzini (Psol-SP), pediu a cassação do deputado. O texto, porém, foi derrubado e Sampaio fez um parecer pedindo a absolvição. O tucano argumentou que não há como atestar que o progressista intermediou o recebimento dos recursos porque, segundo o ex-tesoureiro do PP João Cláudi Genu, o deputado José Janene (PR) era o responsável pelas finanças.
Sampaio reforçou que, "no afã de pedir a condenação de Henry", Fantazzini pinçou elementos pouco consistentes. Como exemplo, citou o depoimento de Mário Negromonte (PP-BA). O progressista afirmara que Janene, Henry e o presidente do partido, Pedro Correa, ditavam as regras no partido. Mas, questionado se Henry interferia em questões financeiras, Negromonte respondeu que não. Fantazzini, porém, preferiu usar no relatório a parte em que o progressista afirma que os três deputados davam a última palavra no partido.
"A atitude genérica foi a postura do Fantazinni durante o processo", afirmou Sampaio em seu relatório. "Não posso conceber que a interrogação se torne a prova maior contra Henry", acrescentou no texto.
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