Em discurso para líderes mundiais na abertura da 72ª Assembleia Geral das Nações Unidas, hoje (19), em Nova York, o presidente Michel Temer ignorou a crise política no Brasil, e disse que o país está “superando uma crise econômica sem precedentes” com reformas estruturais. Segundo ele, o Brasil “atravessa momento de transformações decisivas”. “O novo Brasil que está surgindo das reformas é um país mais aberto ao mundo”, ressaltou.
O presidente também disse que o país deve estar mais aberto ao mundo e preocupado com temas centrais para a agenda internacional, como o programa nuclear da Coreia do Norte, a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e a crise na Venezuela. Além disso, mandou mandou um recado à Venezuela, dizendo não haver mais lugar “para alternativas à democracia” na região.
Temer reforçou a importância da diplomacia, da redução do protecionismo para desenvolver a economia global e reduzir injustiças sociais e defendeu mais abertura comercial para gerar desenvolvimento e solucionar diferenças.
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“Recusamos os nacionalismos exacerbados. Não acreditamos no protecionismo como saída para as dificuldades econômicas – dificuldades que demandam respostas efetivas para as causas profundas da exclusão social”, defendeu o presidente diante dos líderes dos 193 países-membros da ONU. Alguns dos posicionamentos vão contra medidas tomadas e defendidas pelo presidente americano, Donald Trump,como a crítica ao protecionismo e “nacionalismo exacerbados”.
Para o presidente, o momento não é de apostar em ideias que já se mostraram equivocadas no passado, a exemplo do próprio protecionismo, e o caminho do desenvolvimento deve passar pelo engajamento no comércio internacional.
Ele destacou ainda a “grave ameaça” dos recentes testes nucleares da Coreia do Norte, ressaltando que “o Brasil condena, com veemência, esses atos”. Também falou sobre a assinatura, amanhã (quarta-feira, 20), do Tratado para a Proibição das Armas Nucleares, proposto por Brasil, México, Nigéria, África do Sul, Áustria e Irlanda e concluído em julho deste ano. O Brasil é um dos 26 países que devem ratificar o tratado – que só entra em vigor depois da assinatura de, pelo menos, 50 nações. “Terei a honra de assinar amanhã tratado de proibição de uso de armas nucleares”, disse.
O presidente mencionou as negociações para a paz entre Israel e Palestina, que encontram-se paralisadas, e reafirmou a posição do Brasil de defender a solução de dois estados. Sobre a Síria, Temer afirmou que “a solução que se deve buscar é essencialmente política”. Ele ainda falou sobre terrorismo, e disse que é um “mal que se alimenta dos fundamentalismos e da exclusão”. “As guerras causam sofrimentos intoleráveis que ultrapassam fronteiras. […] não seremos acuados pelo terrorismo e nem permitiremos que ele abale nossa convicção na liberdade e na tolerância”, ressaltou.
A poucos meses da Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), que ocorrerá em Buenos Aires, Temer apontou que será mais uma oportunidade de resolver pendências antigas no campo do comércio exterior.
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