A favor do impeachment, 11 grupos unirão esforços no próximo domingo (13), em várias cidades do país, para o que tem o objetivo de ser uma grande manifestação nacional pelo afastamento de Dilma. Até o momento foram confirmados atos em 12 capitais: São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Natal, Recife, Belém, Aracaju, Cuiabá, Salvador e Teresina. Em quatro cidades (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba), os atos terão início às 13h. A escolha da data e do horário não foi por acaso, como explica Julio Lins, 18, porta-voz do movimento Vem Pra Rua. “É um ato apropriadamente simbólico. No dia 13, às 13 horas pelo ‘fora 13’, ‘fora Dilma’”.
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Antes mesmo do ato nacional, o Movimento 31 de Julho planeja realizar uma manifestação neste domingo (6) no Posto 12, na praia do Leblon, no Rio de Janeiro, às 10h.
De acordo com os organizadores, diferente das outras mobilizações, a manifestação do dia 13 buscará envolver políticos na divulgação. “Agora vamos buscar uma parceria maior com os políticos, vamos cobrar que façam convocações, postem vídeos, chamem o povo através de suas páginas na internet, compareçam às manifestações, porque a partir desse momento o papel institucional vai prevalecer. Nós fizemos a nossa parte e continuaremos fazendo, mas agora também chegou a hora deles botarem a mão na massa”, diz Julio.
A coordenadora do Nas Ruas, Aliança Nacional dos Movimentos Democráticos e da União Democrática Ruralista, Carla Zambelli, 35, reforça que “detsa vez políticos serão bem-vindos”. Carla conta que políticos pró-impeachment como os deputados Jair Bolsonaro (PP-RJ), Mandetta (DEM-MS), os tucanos Bruno Araújo (PE), Nilson Leitão (MT), o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP) e o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), normalmente participam dos atos. “Fica aí o convite para todos os deputados, inclusive os da base governista que queiram se posicionar e que queiram estar ao lado do povo para se manifestar publicamente e mostrar que abandonaram o barco antes de ele afundar”, completa.
Com pouco tempo de mobilização, os organizadores não esperam um público muito maior dos demais atos que aconteceram ao longo deste ano. “Vai ser na verdade um ‘esquenta’”, diz Julio Lins.
Em defesa do mandato de Dilma
No lado oposto da disputa, organizações contrárias ao impeachment também se organizam para tomar as ruas. Em vídeo publicado nesta sexta-feira (4), o secretário-geral da CUT Nacional, Sérgio Nobre, convoca os movimentos sociais e partidos da base governista a promoverem atos em defesa do governo de Dilma. “Neste momento é muito importante ocupar as ruas em defesa da liberdade, dos direitos dos trabalhadores, da democracia e contra o impeachment”, afirma Sérgio Nobre.
Na próxima segunda-feira (7), a CUT realizará um evento no Sindicato dos Engenheiros de São Paulo, às 10h, juntamente com representantes de movimentos populares e de partidos políticos para preparar mobilizações em todo o país. “Nós vamos sentar para tirar uma estratégia comum para preservar o valor fundamental que é a democracia”, acrescenta Sérgio Nobre, que também pede para que todas as demais bases da organização formem comitês locais para colaborar na organização de atos contrários ao impeachment. O presidente nacional do PT, Rui Falcão, já confirmou presença na reunião, que também deverá contar com a participação do ex-presidente Lula.
Já no dia 8 a CUT-RJ realizará um ato contra o impeachment. A concentração está marcada para às 16h na Candelária, no Rio, de onde os manifestantes marcharão até a Cinelândia. No dia 10 a diretoria executiva da CUT fará uma reunião ampliada com as sedes estaduais para preparar novas mobilizações pelo país. Segundo Sérgio Nobre, é preciso “deixar claro para o país que quem quiser governar terá que passar por eleições, respeitar as instituições e a democracia é um valor fundamental para a classe trabalhadora, e ela veio para ficar no Brasil”.
A Executiva Nacional do PT divulgou na sexta-feira (4) uma resolução em que coloca o partido em “estado permanente de mobilização” e “conclama o conjunto das forças democráticas a defender o regime constitucional e o legítimo mandato da presidenta Dilma Rousseff”.
O documento classifica o acolhimento do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff pelo presidente da Câmara, como “sórdida vingança”, uma vez que o anúncio foi feito no mesmo dia em que o PT decidiu não apoiar Cunha no Conselho de Ética, onde ele responde a uma acusação de quebra de decoro parlamentar.
Por fim a Executiva Nacional da legenda “convoca sua aguerrida militância a ocupar o lugar que lhe cabe, com firmeza e generosidade, nas trincheiras da democracia”.
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