O presidente da Bolívia, Evo Morales, comemorou os resultados das eleições realizadas ontem (domingo, 2) no país. Informações ainda não oficiais sugerem que ele conquistou 133 das 255 cadeiras da Assembléia Constituinte. Os eleitos terão de redigir, no prazo máximo de um ano, a nova Constituição boliviana.
Para Morales, o pleito mostrou o apoio à sua política de nacionalização das reservas de gás e petróleo. Mas a verdade é que o resultado ficou bem aquém dos dois terços de votos necessários para controlar de fato a Constituinte. Esse é o quorum que será exigido para aprovar as deliberações da assembléia.
No domingo, também foi realizado plebiscito no qual os 3,7 milhões de eleitores bolivianos foram chamados a se manifestar sobre a concessão de mais autonomia regional.
Segundo a BBC, a proposta, contra a qual Morales se opõe ferozmente, saiu vitoriosa em pelo menos quatro dos nove estados bolivianos: Santa Cruz, Tarija, Pando e Beni, todos muito ricos em recursos naturais.
Evo Morales, empossado em janeiro deste ano, tem feito uma administração polêmica. Além da nacionalização das indústrias de petróleo e gás, deu início a um amplo programa de reforma tributária, cortou salários no setor público e cultivou estreitas relações com os presidentes Hugo Chávez, da Venezuela, e Fidel Castro, de Cuba.
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Morales defende a legalização do uso das folhas de coca. Empregadas para produzir cocaína, elas também são muito utilizadas na Bolívia para fazer chá e em atividades médicas e cerimoniais.
O presidente, de origem indígena, também prega a inclusão social da população índia (majoritária no país) e maior controle do Estado sobre aquela que é a mais pobre economia da América do Sul.
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