Renata Camargo
Em nota divulgada na tarde deste sábado (11), o ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, reagiu à reportagem da revista Veja, publicada na edição desta semana. A revista acusa a ministra de facilitar esquema de pagamento de propina. A reportagem relata o caso do empresário do setor aéreo Fábio Baract, dono da ViaNet Express, que obteve contratos de R$ 84 milhões com o governo graças à intermediação do filho de Erenice, Israel Guerra, classificado, no texto da revista, como lobista.
De acordo com Veja, Israel Guerra intermediou reuniões da ministra com o empresário que estava interessado em fechar um contrato de prestação de serviços com os Correios. A reportagem afirma que, na negociação, foi cobrada do empresário uma propina de 6% para o fechar o negócio. Esse valor seria destinado, segundo a revista, para saldar “compromissos políticos”. A reportagem diz que assessores da Casa Civil também exigiram pagamentos mensais.
Em nota à imprensa, a ministra diz que se sente atacada em sua “honra pessoal e ultrajada pelas mentiras publicadas sem a menor base em provas ou em sustentação na verdade dos fatos”. Erenice Guerra afirma que vai tomar medidas judiciais para a reparação necessária, tanto por “danos morais”, quanto em relação ao “direito de resposta”.
No texto, a ministra da Casa Civil coloca a disposição seus sigilos fiscal, bancário e telefônico e dos membros de sua família. Conhecida como braço-direito da candidata à Presidência da República do PT, Dilma Rousseff, Erenice se defende dizendo lamentar que “o processo eleitoral propicie esse tipo de comportamento” por parte da revista.
“Lamento, por fim, que o processo eleitoral, no qual a citada revista está envolvida da forma mais virulenta e menos ética possível, propicie esse tipo de comportamento e a utilização de expediente como esse, em que se publica ataque à honra alheia travestido de material jornalístico sem que se veicule a resposta dos ofendidos”, diz em nota.
Erenice sucedeu Dilma Rousseff no comando da Casa Civil, após a ex-ministra deixar o cargo para concorrer às eleições presidenciais. À frente da pasta que coordena o trabalho de todos os ministérios da Esplanada, Erenice despacha de uma sala localizada no Palácio do Planalto.
Leia abaixo a íntegra da nota da ministra da Casa Civil
NOTA À IMPRENSA
Sobre a matéria caluniosa da revista VEJA, buscando atingir-me em minha honra, bem como envolver familiares meus, cumpre-me informar:
1) Procurados pelo repórter autor das aleivosias fornecemos – tanto eu quanto os meus familiares – as respostas cabíveis a cada uma de suas interrogações. De nada adiantou nosso procedimento transparente e ético, já que tais esclarecimentos foram, levianamente, desconhecidos;
2) Sinto-me atacada em minha honra pessoal e ultrajada pelas mentiras publicadas sem a menor base em provas ou em sustentação na verdade dos fatos, cabendo-me tomar medidas judiciais para a reparação necessária. E assim o farei. Não permitirei que a revista VEJA, contumaz no enxovalho da honra alheia, o faça comigo sem que seja acionada tanto por DANOS MORAIS quanto para que me garanta o DIREITO DE RESPOSTA;
3) Como servidora pública sinto-me na obrigação, desde já, de colocar meus sigilos fiscal, bancário e telefônico, bem como o de TODOS os integrantes de minha família, à disposição das autoridades competentes para eventuais apurações que julgarem necessárias para o esclarecimento dos fatos;
4) Lamento, por fim, que o processo eleitoral, no qual a citada revista está envolvida da forma mais virulenta e menos ética possível, propicie esse tipo de comportamento e a utilização de expediente como esse, em que se publica ataque à honra alheia travestido de material jornalístico sem que se veicule a resposta dos ofendidos.
Brasília, 11 de setembro de 2010.
Erenice Guerra
Ministra-Chefe da Casa Civil da Presidência da República
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