Rudolfo Lago
Às vésperas das convenções que deverão ratificar a aliança com o PMDB para as eleições presidenciais, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, sentiu na pele as consequências regionais da formalização da união entre legendas que, em alguns estados, são históricas inimigas políticas. Militantes do PT do Maranhão postaram-se na porta da sede nacional do partido em Brasília e conseguiram abordar Dutra e outros integrantes da direção petista para protestar contra a intervenção no Maranhão. A intervenção obriga os maranhenses a apoiar a reeleição da governadora Roseana Sarney em detrimento da composição que os petistas maranhenses preferiam, apoiando a candidatura ao governo do deputado Flávio Dino, do PCdoB.
A família Sarney é adversária histórica do PT no Maranhão. Inconformados com a decisão da direção do partido, os militantes tentaram invadir a sede, mas foram contidos por seguranças. Sobraram para Dutra os gritos e palavras de ordem de seus companheiros do Maranhão. “Heil Dutra!”, gritavam, numa alusão à manifestação dos nazistas em saudação a Adolf Hitler.
“Essas dissidências são naturais da vida política”, minimizou Dutra. “Desde que mantidas num tom respeitoso”, completou. Para conversar com os jornalistas e fugir do barulho dos gritos dos maranhenses, Dutra refugiou-se numa sala que serve de depósito de material. O presidente do PT acha, porém, que os problemas regionais (além do Maranhão, também há resistência em Minas Gerais quanto ao apoio ao ex-ministro das Comunicações Hélio Costa, também do PMDB) não comprometerão o desempenho eleitoral da candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff.
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