O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, declarou nesta quinta-feira (9) que a defasagem de remuneração entre homens e mulheres deve acabar dentro de 20 anos, tempo de transição para que passem a valer as novas regras da reforma da Previdência, caso sejam aprovadas. Ele participou, em São Paulo, do Fórum Estadão, cujo tema foi a Previdência.
O ministro destacou que, atualmente, a remuneração média das mulheres com idade entre 20 e 25 anos é praticamente igual à dos homens. “Essa diferença está acabando”, disse. “A tendência é que em 20 anos isso esteja igualado. ”
Meirelles admitiu, porém, que os homens são mais promovidos no trabalho do que as mulheres conforme envelhecem, tendência que também deve mudar. “Existe uma qualificação e presença maior de mulheres no mercado de trabalho. Nos escalões mais elevados, é um fenômeno gradual, por uma questão muito simples de qualificação, competência e resultado. As empresas estão cada vez mais pressionadas por resultado”, afirmou.
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Segundo a proposta da reforma da Previdência, haverá uma transição de 20 anos para que a idade mínima de aposentadoria das mulheres seja a mesma que a dos homens. O ministro disse que trabalha com uma agenda intensa de discussão com as bancadas de parlamentares, visando aprovar a proposta.
Reforma é uma necessidade
Para o ministro da Fazenda, “a reforma da Previdência não é um objeto de decisão, é uma necessidade”. A evolução das contas públicas brasileiras, de acordo com ele, mostra que a Previdência brasileira é mais generosa que em outros países. “O problema é que quem paga isso é a sociedade”.
O ministro observou que a informação propagada em redes sociais de que haveria superávit na Previdência é “falaciosa”. Existe, inclusive, a convocação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado para analisar as contas da Previdência.
Quanto à aposentadoria de categorias especiais, o ministro informou que, a princípio, todos estariam incluídos na reforma, a não ser que a lei determine que haja aposentadoria diferenciada.
Em sua palestra, Meirelles reforçou que os gastos públicos respondiam por 10,8% do Produto Interno Bruto (PIB – a soma de todas as riquezas produzidas pelo país) em 1991 e subiram para 19% nos dias de hoje. No último ano de mandato de cada presidente, os gastos aumentaram ainda mais, segundo gráfico apresentado pelo ministro.
A Taxa de Reposição, outro ponto levantado por Meirelles, indica que o Brasil tem índice de 76%, maior que a média dos países europeus, que é de 56%. “O aposentado no Brasil tende a ganhar mais que ganhava antes na comparação com os demais países”, argumentou.
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