Neste início de 2017, a Oxfam publicou relatório segundo o qual os oito homens mais ricos do mundo controlam a mesma riqueza que a metade mais pobre da população do mundo. Estes oito homens (mais ricos), liderados por Bill Gates, da Microsoft, acumulam US$ 426 bilhões, o equivalente à riqueza de 3,6 bilhões de pessoas. A população do mundo é de cerca de 7,5 bilhões.
Segundo a Oxfam, os 50% mais pobres do mundo detêm os mesmos bens (patrimônio e capital) que os US$ 426 bilhões detidos pelo grupo dos oito.
Esta acumulação se deve à agressiva contenção de salários, evasão fiscal, sonegação, carga tributária injusta, superexploração (terceirização) do trabalho, etc.
A Oxfan tem feito anualmente um relatório sobre a distribuição da riqueza no mundo. O relatório de 2016 mostrava que os 62 bilionários eram mais ricos que metade da população mundial. Agora, este número caiu para oito. São os ricos disputando entre si e, mais do que isso, juntos devorando os trabalhadores e trabalhadoras do mundo.
O Fórum Econômico Mundial, ou Fórum de Davos, procura negar o relatório da Oxfan, mas sua própria conclusão demonstra que a renda média mundial caiu em torno de 2,4% entre 2008 e 2013 em 26 nações avançadas. Seus estudos também mostram que 51% dos 103 países com dados disponíveis viram seu indicador de desenvolvimento inclusivo cair nos últimos cinco anos.
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Analisando a lista dos ricos da revista Forbes e os dados fornecidos pelo banco de investimento Credit Suisse, a Oxfam conclui que a grande maioria das pessoas da metade pobre da população mundial trava lutas diárias para sobreviver, e que 70% dessas pessoas vivem em países de baixa renda.
No Brasil não é diferente. Os seis homens mais ricos do país concentram a mesma riqueza que toda a metade mais pobre da população brasileira, ou seja, mais de 100 milhões de brasileiros. Entre os seis mais ricos está João Roberto Marinho, da Rede Globo.O homem mais rico do Brasil é Jorge Paulo Lemann, sócio da Ambev, que ganha quase 500 mil reais por hora. Este senhor, junto com João Roberto Marinho, apoiou e construiu o golpe contra Dilma e o PT.
Ainda olhando para o Brasil, vemos que os três maiores bancos do país (Itaú, Bradesco e Santander), todos privados, lucraram em 2016 mais de 45,5 bilhões de reais. Em contrapartida, mais de 13,5 milhões de pessoas não tem emprego e a fome ronda suas casas.
Importante registrar que no Brasil não há tributação dos ricos e que os acionistas destes bancos não pagam imposto de renda. Os lucros de bancos são distribuídos como dividendos e os dividendos foram excluídos, no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), do pagamento de imposto de renda.
Antes que alguém acuse ou pergunte por que o PT, no seu governo, não começou a cobrar os impostos sobre os dividendos, respondo: simplesmente porque não conseguiu maioria no Congresso Nacional para mudar o que havia sido aprovado no governo do PSDB.
Enquanto os bancos enchem suas burras de dinheiro, a Organização Internacional do Trabalho informa que, ao final de 2017, de cada três pessoas desempregadas no mundo, uma estará no Brasil.
No último mês de fevereiro, segundo o Relatório Mensal sobre a Política Fiscal do Banco Central do Brasil, foram pagos em juros R$ 30,7 bilhões. Contando o acumulado dos últimos 12 meses, o Brasil pagou, deu ou transferiu, conforme desejar, ao setor financeiro R$ 388 bilhões. Tem sido assim desde a edição do Plano Real, em 1994.
Para aumentar a transferência de recursos públicos diretamente para os cofres do sistema financeiro, foi aprovado a PEC 241 (no Senado nº 55), que depois de promulgada tornou-se a Emenda Constitucional 95/2016.
Estes números demonstram que o capital e o do patrimônio estão concentrados cada vez mais nas mãos de poucos. E, no caso do Brasil, esse cenário vai piorar. Os golpistas estão destruindo a capacidade de investimento, entregando a Petrobras ao capital internacional. A reforma da Previdência e a terceirização aumentam a superexploração. Quem quiser ter uma velhice com alguma dignidade, que pague previdência privada para algum banco.
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