Reportagem do jornal O Globo desta sexta feira afirma que o presidente Lula está disposto a assumir o desgaste político e eleitoral, caso venha ser necessário vetar o reajuste de 16,7% para os aposentados que recebem acima de um salário-mínimo, aprovado pela Câmara na última quarta-feira.
Segundo a matéria das repórteres Regina Alvarez e Cristiane Jungblut, ontem, o governo intensificou as negociações para tentar barrar a decisão no Senado e o presidente reafirmou a interlocutores que, se isso não for possível, a saída será mesmo o veto, pois o governo não tem condições de assumir a despesa que chegará a R$ 12 bilhões em doze meses.
Em reunião com reitores, no Palácio do Planalto, Lula classificou a decisão dos parlamentares de eleitoreira, “um gesto com o objetivo de ganhar votos”. Lula já havia informado aos líderes da base governista, na quarta-feira, da decisão de vetar a emenda que estendeu o reajuste do salário-mínimo para todas as aposentadorias e pensões do INSS.
O presidente estava reunido com os líderes quando recebeu a notícia de que o projeto estava na pauta e seria aprovado pela Câmara. Os líderes ainda tentaram um acordo de última hora, mas o governo acabou derrotado pela oposição, que votou unida para aprovar a emenda.
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No encontro com reitores, o presidente Lula se queixou da aprovação pelos deputados, argumentando que o governo fez um acordo com os aposentados, que aceitaram o reajuste de 5% para os benefícios com valor acima do mínimo. Segundo um dos reitores, Lula comentou que o parlamentar que apresentou a proposta talvez estivesse querendo ter dividendo nas eleições.
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