Em nota à imprensa (veja a íntegra abaixo), o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner disse que “absolutamente tranquilo” e à disposição das autoridades policiais e do Ministério Público para prestar esclarecimento sobre as mensagens trocadas com o ex-presidente da OAS José Aldemário Pinheiro Filho, mais conhecido como Léo Pinheiro. O ministro também criticou a “prática de vazamento de informações preliminares e inconsistentes” da Operação Lava Jato, o que, segundo ele, não contribui para o andamento das apurações.
Mensagens de telefone interceptadas por investigadores da Lava Jato apontam relação do ex-governador da Bahia e atual ministro da Casa Civil com Léo Pinheiro, conforme revelou nesta quarta-feira reportagem do jornal O Estado de S.Paulo.
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Segundo a reportagem, que teve acesso aos diálogos obtidos pelos investigadores em Curitiba e remetidos à Procuradoria-Geral da República, há conversas diretas entre os dois e também de interlocutores do governo baiano na segunda gestão de Wagner (2011-2015). A suspeita é de que parte dos contatos tenha sido feita para tratar de doações de campanha para a candidatura de Nelson Pellegrino (PT) à prefeitura de Salvador em 2012.
Foram interceptadas mensagens de texto trocadas entre agosto de 2012 e outubro de 2014 em que há negociação de apoio financeiro ao candidato petista e também pedidos de intermediação do governador com o governo federal em favor dos empresários. Léo Pinheiro foi condenado pelo juiz Sérgio Moro a 16 anos de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa no caso do petrolão.
Veja a nota do ministro:
“Em relação à matéria publicada pelo jornal O Estado de São Paulo, nesta quinta-feira (07), afirmo estar absolutamente tranquilo quanto a minha atividade política institucional, exclusivamente baseada na defesa dos interesses do Estado da Bahia e do Brasil.
Estou à disposição do Ministério Público e demais órgãos competentes para quaisquer esclarecimentos. Em tempo, manifesto meu repúdio à reiterada prática de vazamentos de informações preliminares e inconsistentes, que não contribuem para andamento das apurações e do devido processo legal.
Brasília, 07 de janeiro de 2016.
Jaques Wagner”
Polêmica com PT
Novo ministro da Casa Civil, Jaques Wagner tem se destacado como importante interlocutor de Dilma no Congresso. No último fim de semana, ele causou polêmica entre seus colegas petistas ao dizer que o partido “se lambuzou” ao chegar ao poder.
Segundo a reportagem, nos trechos considerados suspeitos pelos investigadores, nomes e valores são tratados por códigos e apelidos. Wagner, por exemplo, é tratado como “Compositor”, em alusão ao músico alemão Richard Wagner, e “JW”. Já Pellegrino é chamado de “Andarilho”, em trocadilho com peregrino. Outros dois concorrentes à prefeitura naquele ano, o prefeito ACM Neto (DEM) e o radialista Mário Kertész (então no PMDB) são identificados como “Grampinho” e “MK”.
“Em 2014, Léo Pinheiro pede ajuda a Jaques Wagner para falar com o então ministro dos Transportes para ‘liberar o recurso no valor de R$ 41.760 milhões’ referente a um convênio assinado em 2013. ‘Ok, vou fazê-lo abs domingo vamos ganhar com certeza”, respondeu Jaques Wagner, cinco dias antes do segundo turno da eleição presidencial de 2014”, diz trecho da matéria do Estadão.
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