Como senador, o ex-presidente da República não precisa observar o prazo da janela partidária, que se encerra nesta sexta-feira, já que o Supremo decidiu que ocupantes de cargos majoritários são detentores do mandato, diferentemente dos deputados. No caso deles, o mandato é considerado do partido. A assessoria do ex-petebista disse que ele ainda não decidiu a qual legenda se filiará nem quis comentar quais foram os motivos para a saída da sigla.
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Divergências locais e a falta de uma defesa pública do partido por causa das investigações da Lava Jato também influenciaram na decisão do senador, de acordo com fontes ouvidas pelo Congresso em Foco. A saída de Collor coincide com a chegada ao partido do deputado estadual Antonio Albuquerque. O parlamentar, que era do PRTB, levou seu grupo político para o PTB e já assumiu o comando do partido em Alagoas, que competia até então ao senador.
Apesar de tecer críticas a Dilma, Collor já disse não torcer contra a presidente por não querer ver se repetir o que ocorreu com ele, em 1992. “Talvez em função de um desejo íntimo meu: que não ocorra com nenhum presidente o que ocorreu comigo”, disse em dezembro ao jornalista Fernando Rodrigues, do UOL. Mas, para isso, seria necessário “acreditar em milagres”, ressaltou.
Filha do ex-presidente do PTB, Roberto Jefferson, que cumpriu pena por seu envolvimento no mensalão, Cristiane Brasil sempre fez oposição a Dilma. Em comunicado à legenda esta semana, a deputada defendeu que a bancada petebista entre em sintonia com “as ruas”. “Este governo acabou, não tem mais condições morais de continuar, e é preciso que o Diretório Nacional do PTB e sua bancada parlamentar estejam absolutamente unidas em favor do povo brasileiro”, defendeu. Alguns parlamentares, como Collor, eram resistentes ao desembarque total do governo. O partido tem um ministro: o senador licenciado Armando Monteiro (PE), que chefia o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Denunciado
Collor foi denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em agosto do ano passado, por corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo Janot, as investigações indicam que o parlamentar recebeu cerca de R$ 26 milhões de propina em contratos da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras.
De acordo com a denúncia, o ex-presidente utilizou assessores no Senado, colaboradores e empresas em atividade e de fachada para receber repasses em contratos celebrados entre a Petrobras Distribuidora e a DVBR Derivados do Brasil. O ex-petebista nega envolvimento com as irregularidades e acusa o procurador-geral da República de perseguição.
Leia a nota da presidente do PTB defendendo o impeachment de Dilma:
“O Partido Trabalhista Brasileiro, nessas suas sete décadas de história, sempre participou, com sangue, suor e lágrimas, da construção do Estado Democrático de Direito Republicano, o mesmo Estado que a população defendeu nas ruas de todo o Brasil no último dia 13 de março. Neste sentido, o Diretório Nacional do PTB, que já possui direção clara contra o governo de Dilma, Lula e do PT, neste momento grave da vida nacional, apela à totalidade da bancada trabalhista no Congresso Nacional para que siga este mesmo caminho, que está em sintonia com o sentimento que vemos brotar das ruas nas vozes de trabalhadores, empresários, profissionais liberais, donas de casa, enfim, do conjunto da sociedade. Este governo acabou, não tem mais condições morais de continuar, e é preciso que o Diretório Nacional do PTB e sua bancada parlamentar estejam absolutamente unidas em favor do povo brasileiro.
Cristiane Brasil
Presidente nacional do PTB”
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