O agora ex-presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), disse ao Congresso em Foco que se sentiria “muito grato” caso lhe fosse ofertada a presidência de comissões como a de Constituição e Justiça (CCJ) ou a de Assuntos Econômicos (CAE). Os postos deveriam ter sido todos definidos ontem (2), na reunião em plenário marcada para as 17h, mas o prolongamento da eleição da Câmara e a solenidade de reabertura dos trabalhos do Congresso impossibilitaram a tarefa.
“Eu ficaria muito grato se pudesse ocupar uma das duas comissões, mas até agora não me fizeram nenhuma comunicação oficial”, disse o senador, deixando escapar um riso contido. Garibaldi estava desde dezembro de 2007 no comando do Senado, exercendo "mandato-tampão" com a renúncia do colega de partido, Renan Calheiros (AL), que deixou o posto para escapar de processo de cassação.
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As declarações de Garibaldi foram dadas à reportagem momentos antes de o senador encontrar o recém-eleito presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), no trajeto entre o Salão Negro do Congresso e o plenário da Câmara, onde foi realizada a cerimônia de reabertura. “Os meus caminhos são os mesmos, desde quando cheguei aqui, que é atuar por orientação da minha bancada, em um posto que me for conferido”, disse o senador potiguar.
Consolação
Durante o processo sucessório, Sarney chegou a cogitar como “prêmio de consolação” para Garibaldi, que deixara a disputa à presidência em favor do cacique peemedebista, a presidência da CCJ ou da CAE – consideradas as duas mais importantes comissões do Senado.
Contudo, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), cuja bancada já havia fechado questão a favor de Sarney (e, assim, ficado com direito à contrapartida), mostra-se um candidato forte à presidência da CCJ, que atualmente é exercida por Marco Maciel (DEM-PE).
Já a CAE, a princípio, parecia estar nas mãos do tucano Tasso Jereissati (PSDB-CE). Mas, depois do apoio do PSDB ao candidato derrotado por Sarney, o petista Tião Viana (AC), a indicação está praticamente descartada.
PublicidadeAlém disso, o governista Sarney, interlocutor cada vez mais próximo do Planalto (e, naturalmente, de Lula), não veria com bons olhos dois oposicionistas no comando das duas mais importantes comissões do Senado. Diante disso, Garibaldi volta a ser cogitado para presidir a CAE. “Estou à disposição das lideranças do PMDB”, concluiu o senador, demonstrando resignação.
A reunião que definirá o novo quadro de comando da Mesa e demais colegiados terá início hoje (3), às 16h, em sessão extraordinária no plenário do Senado. (Fábio Góis)
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