O líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), elogiou hoje a atitude da oposição, que decidiu votar o orçamento. “Nós precisamos desse tipo de ponderação, de equilíbrio, porque tem coisas que são do interesse do país”, disse o petista, alegando que as diferenças ideológicas entre governo e oposição são democráticas, mas que não devem afetar a votação da peça orçamentária.
“O orçamento está pagando a bolsa de alguém que está fazendo pesquisa, está alimentando uma política social fundamental, vai dar continuidade a obras importantíssimas do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]", disse.
Mais cedo, a oposição chegou a cogitar obstruir a votação do orçamento, em protesto à edição exagerada de medidas provisórias. Ontem, governo e oposição entraram em atrito no plenário do Senado, após o líder do governo na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR), retirar a urgência de uma MP que trata de crédito agrícola.
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A manobra governista, feita para dar celeridade na apreciação de outra MP (a que cria a TV Brasil), irritou a oposição, que abandonou o plenário. Contanto apenas com os governistas, a matéria foi facilmente aprovada (leia mais).
O líder do PT na Câmara, Maurício Rands (PE), destacou o papel do PSDB na redução do número de medidas provisórias. Para o petista, os tucanos podem dar uma contribuição valiosa para a redução do número de medidas provisórias. Rands não explicou de que forma se daria a contribuição.
O petista minimizou o atrito entre governo e oposição na sessão desta madrugada do Senado, ao considerar que o impasse é um exemplo de soberania do Legislativo. “Este exemplo pode revelar a disposição do Congresso Nacional em tomar decisões, não importando a disputa, a queda-de-braço entre governo e oposição”, avaliou.
Por sua vez, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) criticou a postura da oposição na sessão. “Sinceramente, acho que a oposição pode conseguir conquistas muito mais adequadas ao que deseja ao país”, disse, ressaltando que os gritos e o temperamento exaltado dos parlamentares de oposição “não reflete um comportamento racional”. (Fábio Góis e Rodolfo Torres)
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