Cerca de 400 famílias de trabalhadores rurais sem terra ocuparam no início da tarde de hoje (24), a Fazenda Boa Vista, em Murici (município localizado a 55 km de Maceió). A área de 572 hectares é registrada como propriedade do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e do deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL).
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), o Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Alagoas afirmam que houve grilagem de terra na área ocupada com a conivência de cartórios da região.
De acordo com a CPT, a ocupação é um ato político em comemoração ao Dia do Trabalhador Rural, que será celebrado amanhã (25). (Rodolfo Torres)
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PF ainda não recebeu toda a documentação de Renan
Na terça-feira passada, dia 17, o Senado decidiu periciar os documentos da defesa de Renan Calheiros (PMDB-AL). Encaminhou ao Ministério da Justiça um pedido para que repassasse notas fiscais, extratos bancários, comprovantes de vacinação de rebanho e Guias de Transporte Animal (GTAs) para a Polícia Federal. Os primeiros documentos só começaram a chegar nas mãos dos peritos no dia 19 e, até hoje, ainda falta material.
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Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a PF ainda não recebeu os documentos de comprovação de venda de gado que viriam de Alagoas, mas, para agilizar o trabalho, iniciou ontem a análise preliminar do material que já tem.
A polícia chegou a enviar técnicos ao estado para que buscassem o restante dos documentos, mas as GTAs obtidas na Secretaria Estadual de Agricultura pouco serão úteis. Já a Secretaria de Fazenda de Alagoas alegou não ter condições de entregar aos peritos notas fiscais e comprovantes de transação de gado oriundos das fazendas de Renan.
A solução encontrada foi tentar conseguir a documentação complementar com os compradores do gado de Renan. De acordo com a Folha, o restante dos documentos deve chegar à Brasília ainda hoje e só de posse de todo o material a PF começará a perícia, que vai buscar responder a 30 perguntas feitas pelos relatores da representação contra Renan no Conselho de Ética do Senado.
O presidente do Congresso é acusado de aceitar que o lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior, pagasse a pensão de sua filha com a jornalista Mônica Veloso. A defesa de Renan afirma que os documentos que serão periciados comprovam que a origem do dinheiro foram transações de gado das fazendas do senador. (Carol Ferrare)
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