Dado como nome certo para comandar o Ministério da Justiça, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Velloso atua como advogado do presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), nos dois inquéritos a que o tucano responde na corte. A informação é do jornalista Fausto Macedo, do jornal O Estado de S. Paulo. Indicado pelo próprio Aécio para o cargo, Velloso também é amigo do presidente Michel Temer, para quem também advogou. O senador é um dos políticos que aparecem nos acordos de delação da Odebrecht.
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Em resposta ao Estadão, o ex-ministro do Supremo diz que não cobra honorários do senador por amizade e que as acusações não têm a ver com a Operação Lava Jato. “Fui amigo de Tancredo Neves, avô de Aécio, e de Aécio Cunha, pai de Aécio. E sou amigo de Aécio desde os seus 22 anos, quando o conheci, em Belo Horizonte. Sou seu advogado nesses dois casos, em razão dessa amizade. Mais até como conselheiro”, afirmou.
Carlos Velloso defende Aécio nos inquéritos 4246 e 4244 pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. As duas investigações têm como origem a delação premiada do ex-senador cassado Delcídio do Amaral (MS). O ex-líder do governo Dilma no Senado acusa o senador mineiro de ter atuado para maquiar dados do Banco Rural na CPI dos Correios (presidida por Delcídio) e de receber propinas em um esquema de corrupção em Furnas. Os procedimentos são relatados pelo ministro Gilmar Mendes.
O ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedicto Júnior afirmou em sua delação premiada à Lava Jato que se reuniu com Aécio para tratar de um esquema de fraude em licitação na obra da Cidade Administrativa para favorecer grandes empreiteiras. De acordo com o delator, a reunião ocorreu quando o tucano governava Minas. O parlamentar nega envolvimento com irregularidades.
Caso seja confirmado como novo ministro da Justiça, Carlos Velloso terá de se afastar do exercício da advocacia. Ele deve substituir Alexandre de Moraes, que se licenciou do cargo desde que foi indicado pelo presidente Michel Temer para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) com a morte de Teori Zavascki, que era o relator da Lava Jato.
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