Responsável pela condução dos processos relacionados à Operação Lava Jato, o juiz federal Sérgio Moro, declarou que não busca “confissões involuntárias” das pessoas que atualmente estão presas na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, Paraná. A afirmação foi dada no despacho relacionado à prisão preventiva de ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Jorge Zelada. Zelada foi preso na manhã de quinta-feira última (2).
Advogados que defendem os réus da Operação Lava Jato e até entidades ligadas aos direitos humanos tem criticado o juiz Sérgio Moro pelo volume de prisões temporárias e preventivas já decretadas. Eles alegam que Moro busca, com isso, delações premiadas de pessoas envolvidas direta ou indiretamente no esquema.
Na semana passada, o deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Rio de Janeiro, por exemplo, disse ao Congresso em Foco que Moro “estabeleceu um padrão de prisão preventiva absolutamente inconstitucional e arbitrário. Usa a prisão para chantagear, para obter delações”.
Leia também
“Refuto, de antemão, qualquer questionamento quanto ao propósito da prisão preventiva. A medida drástica está sendo decretada com base na presença dos pressupostos e fundamentos legais e para prevenir reiteração delitiva e interferências na colheita das provas”, disse Moro em referência à prisão de Zelada.
“Em qualquer caso da assim denominada Operação Lavajato, jamais este Juízo pretendeu com a medida obter confissões involuntárias. O direito ao silêncio, garantia fundamental, sempre foi resguardado e o fato de alguns acusados terem celebrado acordo de colaboração com o Ministério Público Federal é uma possibilidade legal que não tem relação necessária com a prisão cautelar, o que pode ser ilustrado pelo fato de acusados, tanto presos, como soltos, terem recorrido ao instituto [do silêncio]”, complementou o magistrado.
Zelada foi preso na semana passada acusado não somente de ter recebido vantagens indevidas do esquema da Petrobras como também de tentar esconder parte dos recursos obtidos de forma ilegal.
Deixe um comentário