O governo federal decidiu trocar as agências de publicidade responsáveis por sua comunicação, informa nesta segunda-feira (8) a Folha de S.Paulo. Segundo a reportagem, a mudança se deve à insatisfação do Planalto e de petistas com o material produzido pelas três agências (Leo Burnett, Propeg e Nova/SB) que hoje atendem a gestão.
Uma equipe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), comandada pelo ministro Edinho Silva, trabalha desde novembro na elaboração de um edital a ser lançado em seis meses. De acordo com a Folha, um dos sinais da insatisfação do governo com as atuais agências ficou explícito na decisão da Secom de renovar os contratos delas, no último dia 15, por apenas quatro meses, em vez de um ano, como permite a legislação.
Conforme relata o jornal, o secretário-executivo da Secom, Olavo Noleto, manifestou a insatisfação do Palácio com a campanha de combate ao vírus da zika e se queixou da falta de entrosamento das equipes. Como o Congresso em Foco mostrou na última sexta-feira (5), uma das iniciativas do governo para combater o Aedes aegypti causou polêmica: sites do governo foram “infestados” pelo mosquito transmissor da dengue, da chikungunya e do vírus zika como forma de chamar a atenção, de maneira divertida, para um problema grave, que tem provocado mortes e microcefalia em bebês.
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Desde que a campanha entrou no ar, no último dia 27, internautas reagiram. Alguns imaginaram que se tratava de uma invasão dos sites oficiais por hackers, enquanto outros discordaram da proposta da campanha, por tratar de maneira jocosa um assunto de alta relevância.
Para o cientista político Paulo Kramer, o governo deu um tiro no pé ao recorrer ao humor para tratar do assunto. “Muito justificadamente, o Brasil virou motivo de chacota por conta da expansão da epidemia, que daqui a pouco pode virar pandemia. Agora, o governo é tão incompetente na sua comunicação que faz chacota de si mesmo, enchendo de mosquitos o seu site oficial. O governo pagar para se ridicularizar”, disse o professor da Universidade de Brasília (UnB) ao Congresso em Foco.
O orçamento da Secom em 2016 deve ficar em torno de R$ 140 milhões. A secretaria ainda não se manifestou sobre a troca das agências.
Leia a íntegra na Folha de S.Paulo
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