O presidente Jair Bolsonaro revelou a intenção de indicar o filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para a embaixada do Brasil nos Estados Unidos há exatamente três meses. Até agora, contudo, a indicação não foi formalizada. Alguns dos senadores que terão que aprovar essa nomeação afirmam que, neste tempo, seria possível avaliar o nome de outros quatro embaixadores. Porém, acham que a tendência é que agora a indicação de Eduardo demore ainda mais para chegar ao Senado.
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Senadores ouvidos pela reportagem explicam que, apesar de ter circulado entre os gabinetes de diversos parlamentares, Eduardo Bolsonaro ainda não conseguiu os votos necessários para ser aprovado com folga na Comissão de Relações Exteriores (CRE) e no plenário do Senado. E o número de votos favoráveis ao deputado parece estar diminuindo cada vez mais.
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Tem quem diga que, se a indicação de Eduardo Bolsonaro fosse votada hoje, só 15 dos 81 senadores votariam a favor do filho do presidente Bolsonaro. E esse número pode ficar ainda menor, segundo alguns parlamentares, agora que os Estados Unidos optaram por indicar a Argentina e não o Brasil para a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Afinal, o governo usava como grande trunfo para bancar essa indicação a proximidade e o alinhamento de Jair Bolsonaro e de Eduardo Bolsonaro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Aliado do governo e presidente de Comissão de Relações Exteriores do Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS) afirma, por sua vez, que a indicação ainda não foi formalizada, mesmo depois de três meses, porque o governo está aguardando o fim da votação da reforma da Previdência para poder mandar outra pauta polêmica e de interesse próprio para o Senado. “Depois que a reforma for votada em segundo turno, lá para o dia 20, acho que será o momento certo de mandar”, arrisca Trad, que é mais otimista em relação à indicação e diz que, pelo menos na CRE, o jogo está “equilibrado”. “A coisa vai esquentar mesmo quando chegar a indicação”, diz, indicando que Eduardo deve retomar as negociações com os senadores se o pai realmente efetivar sua indicação para a embaixada em Washington.
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PublicidadeTrad admite, porém, que, se tivesse enviado a indicação assim que falou dessa possibilidade, lá no começo de julho, o governo brasileiro já poderia ter um representante diplomático em Washignton. Afinal, o rito da indicação de autoridades, como pôde ser comprovado recentemente com o procurador-geral da República, Augusto Aras, pode durar apenas 20 dias. Afinal, assim que receber a indicação, a presidência do Senado encaminha o documento à CRE. A comissão indica, então, um relator para a matéria e, assim que esse relator apresentar o seu parecer, marca-se a sabatina. Logo depois da sabatina, o indicado tem o nome avaliado na CRE e no plenário do Senado. A votação pode acontecer no mesmo dia da sabatina. E, como alguns senadores já demonstraram interesse em ser o relator da indicação de Eduardo, esse rito não deve demorar muito mais do que 15 ou 20 dias.
Ter um embaixador em Washington, cuja embaixada brasileira está vaga há mais de quatro meses – tempo recorde desde a ditadura militar -, por sinal, poderia ter sido importante na questão da OCDE. Segundo o próprio Trad, ter um diplomata nos Estados Unidos neste momento teria ajudado o Brasil a negociar e até reverter a decisão americana sobre a indicação para a OCDE. “Uma coisa corre parelala a outra, mas é evidente que, se a indicação já tivesse sido feita, seria melhor, porque um embaixador atuante lá poderia antecipar isso e consequentemente criar uma dificuldade para a exclusão do Brasil”, comentou Nelsinho Trad.
É para evitar novos contratempos como esse que o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado acha que, depois da reforma da Previdência, o governo deve enviar logo a indicação de Eduardo Bolsonaro, independentemente do placar imaginado para a votação. “Já é hora de mandar a mensagem e a gente ver logo o que virá”, afirmou o senador, reforçando a dúvida sobre a disposição do Senado de aprovar a ida de Eduardo Bolsonaro para a missão diplomática nos Estados Unidos.
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Acontece que o eduardo bolsonaro continua não dispondo das qualidades e qualificações mínimas para ser embaixador do Brasil em qualquer lugar. Que o presidente e o próprio dudu acham que sim, é porque não têm noção do trabalho e funcionamento da diplomacia e do embaixador.