O presidente Lula reconheceu hoje (30), durante reunião do conselho político, que o governo poderá ter prejuízos no Congresso se não conseguir reunificar sua base de apoio após a disputa pela presidência da Câmara, que conta com dois candidatos governistas: Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP).
De acordo com o deputado Michel Temer (SP), presidente do PMDB, Lula deixou claro que terá que fazer "a adequação político-partidária dentro do governo" para recompor a base do governo.
Apesar das duas candidaturas governistas na Câmara, o peemedebista demonstrou otimismo na recomposição da base. "Depois de quinta-feira vamos acertar os ponteiros", disse.
"O ideal seria a coalizão se revelar politicamente neste momento. Se não se revelar agora, será depois. O fim de semana será para curar eventuais feridas", declarou Temer.
Em relação ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), anunciado pelo governo no último dia 22, Temer acredita que o programa “ não é um projeto acabado”.
Leia também
"Ficou claríssimo que o plano está aí para ser discutido. Ficou claro que o PAC não é um projeto acabado, está aberto a discussões", afirmou Temer.
Governadores
O peemedebista afirmou que entre as dificuldades identificadas na pauta dos governadores, está a proposta de repartição das receitas da CPMF (20% para os estados e 10% para os municípios) e a elevação do repasse dos recursos da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) de 29% para 46%.
"Ele [o presidente] disse que os governadores querem partilha das contribuições, o que não é fácil. Se for possível fazer a reforma tributária, o caminho será mais curto. Ele não abriu espaço para essa partilha, mas o assunto não está fechado para ninguém", disse Temer.
Leia outras notícias publicadas hoje (30)
Dilma: governo não tem condição de repassar CPMF
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse hoje (30) que o governo não tem condição fiscal repassar 30% da CPMF aos estados, atendendo dessa forma uma reivindicação dos governadores.
"Acho que essa discussão não cabe aqui", disse a ministra ao lado do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), em visita ao estádio do Maracanã.
"É um processo que não está posto ainda, é uma discussão que virá no seu tempo devido", disse.
Energia “além de 2010”
Dilma também afastou a hipótese de risco de apagão até 2009, como afirma um estudo do Ministério da Fazenda. A ministra afirmou que haverá energia suficiente no país "além de 2010".
"Uma posição dentro de Ministério de Minas e Energia diz que não corremos risco de apagão e o governo opta obviamente por dar a força da opinião dele baseada na definição do Ministério de Minas e Energia e não do Ministério da Fazenda", afirmou.
"E temos hoje um conjunto de obras propostas que serão realizadas através do PAC, que vão permitir que a gente assegure um grau de suficiência do país em termos de energia além de 2010", complementou.
Mantega: "Não precisamos crescer 10% ao ano"
Em visita a Londres para apresentar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) a políticos e investidores britânicos, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o Brasil não pode nem precisa crescer a 10% por ano. "Já alcançamos um crescimento de 3%, não precisamos crescer a 10%, e nem temos condições. Só países que têm desigualdades internas mais profundas podem aspirar a essa taxa de crescimento", disse Mantega.
De acordo com o ministro, o país precisa de uma aceleração "moderada, sob controle". "Um ritmo [de crescimento] que seja mais ou menos o dobro do que o país tem tido é suficiente", observou.
O ministro também garantiu que o crescimento econômico não será afetado pela falta de energia. Conforme revelou reportagem de O Estado de S. Paulo, estudo da Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda aponta o risco de o país enfrentar um novo apagão se a economia crescer mais de 4% ao ano entre 2007 e 2010, como prevê o PAC.
"O país pode crescer mais de 4% porque não vai faltar energia, na medida em que formos colocando em prática as medidas que anunciamos para o setor elétrico no PAC", disse Mantega, após palestra para investidores na sede do Banco da Inglaterra, em Londres.
"O que foi divulgado era um mero estudo técnico, um estudo interno de uma das divisões da Seae. Não foi referendado pelo ministro", afirmou o ministro, conforme reportagem da Folha de S. Paulo.
Mantega propôs ao ministro das Finanças britânico, Gordon Brown, a criação de um grupo técnico regular para discutir a implantação das parcerias público-privadas (PPPs). O ministro brasileiro também foi buscar informações sobre o modelo inglês das PPPs, considerados um dos mais bem-sucedidos em todo o mundo.
Leia também
Heloisa Helena assume função na UFAL
Na próxima quinta-feira (1°), a candidata derrotada à presidência da República pelo Psol, Heloísa Helena, assume a função de professora no curso de enfermagem da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
Heloísa deve trabalhar com planejamento de epidemiologia para próximo ano letivo do departamento de saúde pública da universidade.
De acordo com o jornalista Josias de Souza, da Folha de S. Paulo, Heloísa Helena ganhará um salário de R$ 720 para lecionar na UFAL. Ainda existe a possibilidade da Executiva do Psol também pagar um salário de R$ 1.380 para a ex-senadora.
Em entrevista exclusiva ao Congresso em Foco, Heloísa Helena afirmou que recebeu convite para lecionar em outras universidades no Brasil e até no exterior. No entanto, ela preferiu ficar em Alagoas, onde se encontra a sua família. Leia mais
Deixe um comentário