A terceira alta seguida levou o dólar comercial a uma valorização de 1,47%, nesta quinta-feira (21), com o preço chegando a R$ 4,166 na venda. É o mais alto valor de fechamento desde 1994, quando foi criado o Plano Real, em 1994. O recorde anterior tinha sido em 23 de setembro, a R$ 4,146.
Nesta quarta(20), o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano. Foi a primeira reunião do ano e a quarta seguida em que a taxa foi mantida no mesmo nível. O BC estava indeciso entre subir os juros para tentar segurar a inflação ou mantê-los, para não atrapalhar ainda mais a recuperação da economia.
Incertezas
A decisão aumentou as incertezas nos mercados locais, que até o início da semana apostavam em alta de 0,5 ponto percentual, além de piorar as perspectivas de entrada de dólares no país.
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“(A manutenção da Selic) é um baque na credibilidade do BC. É o pior dos mundos: o mercado questiona a autonomia do BC e as expectativas de inflação pioram”, afirmou à agência de notícias Reuters o superintendente regional de câmbio da corretora SLW, João Paulo de Gracia Correa.
A manutenção da taxa Selic afeta a credibilidade do BC também na visão de outros analistas.
A percepção que eu tenho é que estão fazendo da política monetária um brinquedo para satisfazer algumas vaidades”, disse Otto Nogami, professor de economia do MBA do Insper.
“Talvez a decisão até seja correta, talvez a política monetária não consiga mais conter inflação. Mas a maneira como eles chegaram da manutenção foi um desastre, falando sobre a comunicação”, afirmou João Ricardo Costa Filho, professor da Faculdade de Economia da FAAP.
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