Mário Coelho
Em um longo discurso após ter seu nome aprovado na Convenção Nacional do PT, a candidata à presidência da República Dilma Rousseff buscou se diferenciar dos adversários na corrida ao Palácio do Planalto. Falando para cerca de 2 mil pessoas, a ex-ministra da Casa Civil disse que a chapa formada por ela e pelo peemedebista Michel Temer é diferente de “todos os candidatos”. “Vamos esclarecer ao povo que somos diferentes de todos os candidatos. Governaremos para todos, sem exceção. Buscaremos a união de forças e não a divisão”, afirmou Dilma.
Toda a convenção foi direcionada para a mulher, na tentativa de reforçar a imagem de Dilma com o eleitorado feminino. Nos telões instalados, imagens de mulheres que fizeram história em suas áreas. De Chiquinha Gonzaga à princesa Isabel – a quem a organização do evento creditou a assinatura da abolição da escratura em 1822 (ocorreu em 1888) – a intenção foi reforçar a trajetória da candidata e a ideia de eleger a primeira mulher como presidente da República. Tanto que, no seu discurso, Dilma afirmou que fará um governo como o de Lula, só que com “características femininas”.
“É preciso somar forças hoje para alargar ainda mais o caminho aberto pelo presidente Lula. Estamos juntos para seguir mudando. Vamos debater, vamos esclarecer ao povo que somos diferentes dos outros candidatos. Depois de eleitos, vamos governar para todos os brasileiros”, afirmou. Dilma disse ainda que, caso vença a disputa presidencial, o seu governo será semelhante ao de Lula, mas com características femininas. “Uma mulher que fará um Brasil de Lula, mas com alma e coração de mulher. O nosso presidente Lula mudou o Brasil. A continuidade que o Brasil deseja é a continuidade da mudança”, disse.
Avanços
Comparando o governo de Lula com os dos antecessores, Dilma destacou os avanços obtidos. “Quebramos o tabu e provamos que incluir os mais fracos e necessitados é um avanço”, disse a candidata do PT. No entanto, ressaltou, usando o slogan da campanha, que é preciso mudar para continuar a estabilidade econômica. Um dos primeiros passos é a aprovação da reforma tributária. “Nosso sistema tributário é caótico. Vamos investir para informatizar tributos, diminuir alíquota dos impostos e ampliar a base de arrecadação”, discursou. Dilma acrescentou que, caso eleita, vai “aprofundar” a desoneração dos investimentos “porque ele melhora o crescimento econômico”.
Também criticou, de forma indireta, o candidato tucano à presidência, José Serra. Em 26 de maio, o ex-governador de São Paulo acusou o presidente da Bolívia, Evo Morales, de ser cúmplice no tráfico de drogas, já que o país é um dos maiores produtores mundiais da folha de coca, usada na fabricação da cocaína. “Vamos ampliar a presença do Brasil no cenário internacional. Vamos lutar pelo desarmamento e valorização dos espaços multilaterais. Vamos seguir estreitando relações com nossos vizinhos da América Latina, sem querer ter qualquer espécie de imperialismo”, afirmou.
Em votação simbólica, os petistas aprovaram neste domingo (13), durante a convenção nacional do PT, em Brasília, a formalização da canditatura de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República e a indicação do deputado Michel Temer (PMDB-SP) para vice na chapa. Sob clima de festa e homenagem às mulheres, Dilma foi aplaudida pelos presentes. A votação ocorreu logo em seguida ao discurso do presidente Lula.
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