Nas cinco ações de improbidade administrativa impetradas nesta sexta-feira por conta do esquema de corrupção na Petrobras, o Ministério Público Federal (MPF) estima que o volume de recursos desviados da Estatal, entre os anos de 2007 e 2014, pode ter chegado próximo de R$ 1 bilhão.
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Segundo cálculos do MPF, somente por meio da Diretoria de Abastecimento da Petrobras, então comandada por Paulo Roberto Costa, houve uma subtração de recursos públicos da ordem de R$ 319,7 milhões. No entanto, contando-se também recursos desviados por meio da Diretoria de Serviços da Petrobras, comandada por Renato Duque, os desvios podem ter chegado à casa dos R$ 960 milhões pelos cálculos do MPF. Essa estimativa toma como base apenas os recursos desviados pelas empresas Camargo Corrêa, Sanko, Mendes Júnior, OAS, Galvão Engenharia, Engevix, arroladas nestas cinco ações de improbidade administrativa.
“Consoante o esquema de corrupção, havia um acordo previamente ajustado entre os gestores das empresas integrantes do cartel e o então diretor Paulo Roberto Costa de, respectivamente, oferecerem e aceitarem vantagens indevidas que variavam entre 1% e 3% do valor total dos contratos celebrados por elas com a referida Estatal”, informa o Ministério Público nas ações de improbidade administrativa.
“Em contrapartida, Paulo Roberto Costa e os demais empregados corrompidos da Petrobras assumiam o compromisso de se omitirem no cumprimento dos deveres inerentes aos seus cargos, notadamente a comunicação de irregularidades em virtude do funcionamento do Clube (conjunto de empresas envolvidas no esquema), bem como, quando necessário, praticar atos comissivos no interesse de funcionamento do cartel”, complementa o MPF.
Propina
Ainda segundo a petição, essas empresas repassaram pelo menos R$ 70,3 milhões às firmas de fachada de Alberto Youssef e à Costa Global, de Paulo Roberto Costa, para fins de pagamento de propina. Pelo esquema, as construtoras fechavam contratos fraudulentos com as empresas de Youssef de forma a justificar pagamentos de vantagens indevidas ao doleiro. Somente a Costa Global recebeu R$ 4 milhões do esquema fraudulento.
Entre as empresas de Alberto Youssef que receberam recursos das empreiteiras estavam a GDF Investimentos, a MO Consultoria LTDA, a RCI Software e a Empreiteira Rigidez. Durante as investigações do MPF, os procuradores descobriram que, durante os anos de 2009 e 2014, apenas as empresas GFD Investimentos e a MO Consultoria tinham funcionários registrados. Oito pela GFD Investimentos e um pela MO Consultoria.
Mesmo assim, essas empresas tinham movimentações altas de recursos financeiros. Entre 2009 e 2013, a Empreiteira Rigidez, mesmo sem um funcionário sequer registrado, teve movimentações bancárias da ordem de R$ 106 milhões entre créditos, débitos e saques em espécie. Somente os saques da Rigidez, informa o MPF, chegaram a R$ 10,4 milhões.
A RCI Software, que igualmente não tinha funcionários, movimentou no período R$ 38,3 milhões, dos quais R$ 2,5 milhões por meio de saques em dinheiro vivo.
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