Líder do DEM na Câmara, o deputado Mendonça Filho (PE) anunciou neste sábado (2) que vai pedir a anulação dos depoimentos prestados pela presidente da Petrobras, Graça Foster, e pelo ex-presidente da estatal, Sérgio Gabrielli, à CPI mista instalada no Congresso para apurar supostas irregularidades na petrolífera brasileira.
A decisão do deputado se baseia em reportagem divulgada neste final de semana pela revista Veja. De acordo com a reportagem, o governo e a liderança do PT no Senado montaram uma fraude que consistia em passar antes aos investigados as perguntas que lhes seriam feitas pelos senadores na CPI do Senado.
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Para o líder da bancada oposicionista, “diante da fraude denunciada, ficam também sob suspeição os mesmos depoimentos já realizados na comissão mista”. O deputado disse ainda que vai solicitar a convocação do ministro petista Ricardo Berzoni, da secretaria de Relações Institucionais, para que ele compareça à Câmara. “O assessor especial da secretaria, Paulo Argenta, é citado como um dos principais envolvidos na fraude”, justifica Mendonça Filho.
Mendonça Filho disse que também vai pedir a convocação do próprio Argenta e do chefe do escritório da Petrobras em Brasília (DF), José Barrocas, do advogado da estatal, Bruno Ferreira, do assessor da liderança do governo no Senado, Marcos de Souza, do assessor da liderança do PT na Casa, Carlos Hetzel, e dos senadores Delcídio Amaral (PT-MS) e José Pimentel (PT-CE) — todos mencionados na reportagem.
“Vou solicitar ao presidente da CPI mista a anulação dos depoimentos e que Graça Foster e Sérgio Gabrielli sejam convocados novamente. Precisamos buscar apuração e responsabilização de quem tiver supostamente participado dessa armação. A denúncia é grave e cita integrantes do Palácio do Planalto, da Petrobras e do PT. Temos que investigar ainda se houve participação de qualquer funcionário da Câmara dos Deputados. Não podemos aceitar esse teatro que foi montado na CPI”, disse Mendonça Filho.
O parlamentar afirmou ainda que “os fatos noticiados provam que o governo nunca teve a intenção de trazer à tona a verdade sobre as irregularidades envolvendo a Petrobras, reconhecidas até pelo Tribunal de Contas da União (TCU)”. “O governo trabalhou arduamente para impedir a instalação da CPI e usou todo o tipo de artimanha regimental. Agora, é revelada essa manobra para fraudar a investigação”, complementou.
A oposição boicota a CPI no Senado porque, desde o início do embate com os governistas, defendeu a comissão com a participação de deputados, já que a presidenta da República Dilma Rousseff (PT) tem menos força política na Câmara. Assim, há duas CPIs em funcionamento no Congresso para apuração de irregularidades na Petrobras — ambas são presididas pelo senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).
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