Integrantes da Polícia Federal tomam hoje (18), na sede da entidade em São Paulo, o depoimento de Daniel Dantas e outros nove funcionários do Grupo Opportunity.
Dantas chegou há pouco ao local acompanhado do advogado Nélio Machado e deve permanecer em silêncio, assim como na última quarta-feira (16), quando ficou frente a frente com o delegado Protógenes Queiroz, coordenador da Operação Satiagraha.
Logo abaixo a lista dos demais depoentes e suas supostas atividades dentro esquema, segundo relatório da Polícia Federal. Todos foram presos no último dia 8, mas soltos em seguida após intervenção do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes.
Verônica Dantas é irmã do banqueiro e, segundo a PF, participa ativamente da gestão de diversas empresas do grupo Opportunity. Ela é considerada nas investigações como o braço direito de Dantas na condução dos negócios.
Carlos Rodenburgo, ex-marido de Verônica Dantas, é, de acordo com a PF, um dos operadores do grupo, atua na execução de investimentos prospectados na área de agronegócio e mineração, com indícios de lavagem de capitais na aplicação dos recursos voltados para esta finalidade. Também consta como sócio-quotista de diversas empresas ligadas ao grupo.
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Arthur Joaquim Carvalho, cunhado de Dantas, segundo a PF, controla toda a parte de investimento e reestruturação dos negócios ligados as áreas bancárias e financeiras, abrindo e fechando empresas no interesse do funcionamento dos negócios. É sócio de inúmeras empresas ligadas ao grupo Opportunity.
Danielle Silbergleid Ninnio é considerada no relatório como peça importante na suposta organização criminosa. Ela ocupa o cargo de Diretora Jurídica do grupo, mas suas funções, segundo a PF, vão além da área jurídica, atuando na ponta com operadores do grupo.
Dório Ferman, bastante próximo de Dantas, já exerceu a presidência de algumas empresas estratégicas do grupo Opportunity, por exemplo, o Banco Opportunity S/A.
Eduardo Penido Monteiro também figura como sócio em diversas empresas do grupo, atuando, segundo a PF, como um testa-de-ferro na administração dos negócios bancários e financeiros. Também é apontado pela PF como diretor operacional e sócio da Opportunity Asset Management LTDA, responsável pela gestão do Opportunty Fund no Brasil.
Itamar Benigno Filho figura como sócio em diversas empresas do grupo, atuando, segundo relatório da PF, na administração dos negócios bancários e financeiros, como, por exemplo, o Banco Opportunity S/A.
Maria Amália Delfim de Melo Coutrim, de acordo com a PF, é uma espécie de funcionária “laranja”, figurando em quase todas as empresas que constam da investigação e assinando por diversas delas. Tem o conhecimento, segundo o inquérito, sobre as atividades criminosas do grupo.
Norbeto Aguiar Tomas, homem de inteira confiança de Dantas, realiza, segundo a PF, pagamento de propinas, controla o caixa dois do grupo Opportunity e na atual conjuntura tenta estruturar o fundo de investimento offshore chamado Opportunity Fund.
Afastamento de Protógenes
Ontem (17), a PF divulgou trechos do diálogo em que o delegado Protógenes Queiroz discute a sua saída da investigação com a cúpula da entidade.
Na conversa, ocorrida na última segunda-feira (14), na sede da PF em São Paulo, Protógenes diz que não tem intenção de permanecer na coordenação do caso. Por outro lado, ao longo dos trechos liberados pela PF, não há a confirmação de que o delegado pretende se afastar definitivamente do inquérito. (leia)
Deflagrada após a eclosão do escândalo do mensalão, a Operação Satiagraha investiga supostos crimes como lavagem de dinheiro, evasão de divisas, gestão fraudulenta, formação de quadrilha e tráfico de influência para a execução de movimentações financeiras com informações privilegiadas. (Erich Decat)
matéria atualizada às 15h56
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