O governo boliviano e a oposição daquele país se reúnem na manhã desta quinta-feira (18), na cidade de Cochabamba, para a primeira rodada de negociações sobre a crise política na Bolívia. A reunião, segundo propôs o próprio presidente boliviano, Evo Morales, será fechada e sem intervalos, até que as partes cheguem a um acordo.
A retomada do diálogo, segundo informações da Agência Brasil, foi acertada na noite de terça-feira (16), em que o porta-voz da oposição, o prefeito Mario Cossío, do departamento (estado) de Tarija, anunciou a assinatura de um pré-acordo com o governo.
O documento foi assinado por governo e oposição horas depois que o governador do departamento de Pando, Leopoldo Fernández, foi preso acusado de ser o mandante da morte de, pelo menos, 16 pessoas na semana passada.
A Bolívia vem sendo palco de violentos protestos, em que mais de 30 pessoas já morreram. A crise política na Bolívia foi agravada na quarta-feira (10) com a explosão em um gasoduto em Palmar Grande, no norte boliviano. O incidente causou a suspensão parcial e temporária do fornecimento de gás para o Brasil e outros países da América Latina.
Leia também
A crise é marcada pela disputa entre governo e oposição ao presidente Evo Morales. A elite boliviana quer que Morales repense sobre o repasse aos departamentos do dinheiro obtido com impostos sobre gás e petróleo. O governo suspendeu o repasse, alegando que esse dinheiro é necessário para custear pensões para idosos, ação feita pelo governo federal.
O impasse também recai sobre o texto da Constituição Federal, promulgada no final do ano passado. O texto dá mais poderes para os indígenas bolivianos, que representam 60% da população, mas fazem parte do grupo mais empobrecido.
Entenda mais sobre a crise:
O rescaldo da guerra dos farrapos evitada
Crise na Bolívia: manifesto divulgado hoje apóia Evo
Deixe um comentário