Dirigentes de duas das maiores empreiteiras do País são os próximos convocados a depor na CPI da Petrobras. Sérgio Cunha Mendes, vice-presidente da Construtora Mendes Júnior, e Dario Queiroz Galvão Filho, presidente da Galvão Engenharia, serão ouvidos nesta terça-feira (2).
Segundo o ex-gerente de Tecnologia da Petrobras Pedro Barusco, a Mendes Júnior pagou propinas relativas a quatro contratos com a estatal que, juntos, somavam quase R$ 4 bilhões. Outros dois delatores do esquema, os empresários Augusto Ribeiro e Júlio Camargo, também acusaram a empreiteira de pagar propina.
A mesma acusação pesa sobre a Galvão Engenharia, que tem contratos de mais de R$ 7 bilhões com a Petrobras. O presidente da empreiteira, Dario Queiroz Galvão, foi chamado a depor no lugar de outro executivo da empresa, Erton Fonseca, por sugestão do juiz federal Sérgio Moro, responsável pela condução dos inquéritos da Operação Lava Jato.
“Ia depor o Erton Fonseca, mas aí chegou um despacho do juiz Sérgio Moro dizendo à CPI que o Dario tem condição de contribuir mais com as investigações”, explica o presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB).
A comissão também pretendia ouvir na terça o dono da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa, porém o depoimento foi adiado. Pessoa é considerado o coordenador do cartel de construtoras que atuava na Petrobras. Ele está fazendo acordo de delação premiada com a Justiça e só deve ser convocado pelos deputados no final de junho.
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Próximos passos
Os depoimentos de Mendes e Galvão vão marcar o fim da fase de interrogatórios de empresários que se encontram em prisão domiciliar. Depois disso, a CPI, cujos trabalhos foram prorrogados, deve marcar as primeiras acareações. Deputados querem colocar frente a frente delatores como Pedro Barusco e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Mas o relator da comissão, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), queria outros depoimentos antes das acareações. Ele defende a convocação de pessoas mencionadas em oitivas anteriores.Uma delas é o ex-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage. Segundo o advogado inglês Jonathan Taylor, a CGU não investigou suspeitas sobre pagamento de propina pela empresa holandesa SBM Offshore.
O relator quer convocar também operadores financeiros mencionados pela doleira Nelma Kodama. Luiz Sérgio destaca que as apurações têm de ter começo, meio e fim. “Não pode ser um ‘convoca um, convoca outro’ e depois fica uma coisa meio sem pé nem cabeça, em que não se dá continuidade”, afirma.
A reunião desta terça será realizada a partir das 9h30, em plenário a ser definido. Novos requerimentos de acareação ou convocações devem ser votados apenas no dia 11 de junho.
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