Ainda não tem data o depoimento do pivô do Swissleaks, o vazamento de informações sobre milhares de contas secretas na filial suíça do HSBC. Mas a CPI que investiga a participação de brasileiros no escândalo aprovou nesta quinta-feira (3) o convite ao ex-funcionário do banco Hervé Falciani, que vazou a lista de correntistas para o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (Icij, na sigla em inglês).
O ex-funcionário do HSBC já teria sinalizado que tem interesse em cooperar com as investigações brasileiras, que podem revelar crimes como sonegação fiscal, evasão de divisas, corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes. Manter dinheiro em contas no exterior não é crime pela legislação brasileira, a menos que a quantia não seja declarada. Caso de vários dos correntistas do HSBC.
“Falciani já declarou à imprensa que quer colaborar com o Brasil. Nós precisamos do acesso à fonte de dados para que possamos aprofundar as investigações”, disse o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).
Presidente
A CPI do HSBC também remarcou para a próxima terça (5) o depoimento do presidente da instituição financeira no Brasil, André Guilherme Brandão. Antes prevista para ser realizada na semana passada, a participação foi adiada a pedido do próprio depoente.
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“Inicialmente havíamos aprovado uma convocação ao presidente do HSBC, foi transformado em convite e esperamos agora que ele possa vir”, afirmou Randolfe.
O senador lembrou ainda que dos últimos 20 escândalos envolvendo a administração pública no país, como o petrolão, o metrô de São Paulo e o mensalão, todos têm nomes listados como detentores de contas naquele banco.
O relator, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), declarou que o depoimento de Brandão poderá ajudar no andamento dos trabalhos.
“O HSBC já é réu na França, Dinamarca e Grécia, que já conseguiram repatriar recursos. Clientes brasileiros estão entre os que mais tinham contas naquela agência”, lembrou.
Os senadores estão preocupados, pois o Secretário Nacional de Justiça, Beto Vasconcelos, declarou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que os acordos bilaterais com a França impedem o compartilhamento de informações com a CPI. Uma comitiva do Ministério da Justiça e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, estiveram recentemente reunidos com autoridades francesas para tratarem do assunto.
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