A segunda falta do advogado Roberto Teixeira na CPI dos Bingos esta manhã irritou os integrantes da comissão, que, com a atitude, estão dispostos a levar o compadre do presidente Lula à força, com ajuda da Polícia Federal, para depor. Intimado a comparecer hoje, Teixeira já havia divulgado ontem no final da tarde uma nota à imprensa para dizer que não iria, entre outros motivos, por problemas de saúde e que nenhuma das suas atividades se enquadra entre os objetos de investigação da comissão.
Entretanto, diante da reincidente ausência do advogado, o presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFL-RN), avisou que será feita nova convocação de Teixeira. “Ele está trabalhando normalmente, tem viajado. Se continuar nessa linha, não haverá outra saída para a comissão senão a de recorrer à PF para que ele atenda a convocação”, afirmou Efraim, referindo-se a alegação de que Teixeira teria sido submetido, em janeiro, a uma cirurgia cardíaca.
Segundo Efraim, antes de apelar para a PF, Teixeira terá mais uma chance para se apresentar espontaneamente. O regimento interno do Senado prevê que, depois de três convocações, é possível recorrer à força policial para ouvir o depoente.
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“Há cerca de 20 dias os jornais anunciam essa convocação. O senhor Teixeira é um advogado experiente e jamais poderia ter usado essa justificativa”, protestou o senador Heráclito Fortes (PFL-PI), referindo-se a alegação do advogado de que foi informado de sua convocação em cima da hora.
Teixeira é investigado pela CPI por causa das denúncias de Paulo de Tarso Venceslau, economista e ex-militante petista. Em depoimento à comissão, Venceslau afirmou que Teixeira foi ligado à empresa Consultoria para Empresas e Municípios (CPEM), que seria usada pelo PT para fazer caixa dois na década de 90.
Convocações adiadas
Sem o comparecimento do compadre de Lula, a comissão adiou a votação de requerimentos tidos como importantes para as investigações: os pedidos de convocação do ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso; de dois assessores do Ministério da Justiça, suspeitos de terem participado do episódio da quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa; e do jornalista Marcelo Netto, ex-assessor de imprensa de Antonio Palocci no Ministério da Fazenda, principal suspeito de ter vazado os dados do caseiro para a revista Época.
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