A Comissão de Sindicância da Corregedoria da Câmara investiga se houve irregularidade na contratação do engenheiro Alladio Teixeira Álvares Júnior pelo gabinete da deputada Raquel Teixeira (PSDB-GO), no período entre 16 de junho de 2004 e 26 de janeiro de 2005. Alladio é casado com a tucana.
O engenheiro foi contratado como secretário parlamentar e deixou o cargo quando sua mulher se licenciou do mandato para assumir a Secretaria de Ciência e Tecnologia de Goiás. Mesmo assim, Alladio não deixou a Câmara. Passou a trabalhar no gabinete de Sérgio Caiado (PP-GO), aliado político de Raquel. Mesmo depois que a deputada reassumiu o mandato, o engenheiro continuou no gabinete de Caiado. Atualmente ele recebe R$ 6,5 mil por mês.
A Corregedoria da Câmara desconfia ter havido irregularidades na contratação do engenheiro. A Lei 8.112/90, que regulamenta o regime dos servidores públicos, proíbe o acúmulo de cargo público com funções de gerência ou administração de empresas privadas. Alladio é dono de uma empresa de consultoria que presta serviços para a Caixa Econômica Federal. Porém, quando foi contratado pela própria mulher, ele assinou uma declaração no Departamento Pessoal garantindo que não era gestor ou gerente de empresa privada.
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O relatório que pede a investigação é assinado por Robson Tuma (PFL-SP), que preside a Comissão de Sindicância. O parecer foi aprovado, por unanimidade, por todos os integrantes da comissão, composta ainda por Mussa Demes (PFL-PI), Givaldo Carimbão (PSB-AL) e Odair Cunha (PT-MG).
Raquel Teixeira afirmou que não houve qualquer irregularidade na contratação de seu marido. Segundo ela, o engenheiro tem uma empresa pequena de avaliação de imóveis, que nem sequer tem funcionários. “Se ele fosse o único parente contratado em gabinetes na Câmara, eu ficaria preocupada. Ele tem dois mestrados e é uma pessoa extremamente qualificada. Ele não pode ser punido por ser meu marido”, protestou.
No auge das denúncias do mensalão, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) afirmou que o líder do PL na Câmara, Sandro Mabel (GO), teria oferecido R$ 1 milhão, mais R$ 30 mil mensais, para que Raquel migrasse para a base governista. A acusação rendeu um processo no Conselho de Ética a Mabel, que, no fim, acabou absolvido por falta de provas.
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