O requerimento que cria a CPI dos Cartões Corporativos foi lido há pouco, em sessão presidida pelo presidente do Congresso, Garibaldi Alves (PMDB-RN).
A comissão será composta por 22 membros titulares, sendo 11 deputados e 11 senadores. As investigações sobre possíveis irregularidades no uso do cartão devem durar 90 dias. Esse prazo, no entanto, pode ser prorrogado caso haja a necessidade de um maior tempo para a realização das averiguações.
O custo da comissão não deve exceder a R$ 200 mil, conforme anunciou o deputado Inocêncio de Oliveira (PR-PE).
Dono da maior bancada no Senado, o PMDB já indicou o senador Neuto de Conto (SC) para presidir a comissão mista, enquanto o PT, que tem o segundo maior número de deputados, apresentou o nome de seu ex-líder na Casa Luiz Sérgio (RJ) como relator.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), tem sinalizado que o PMDB pode abrir mão da presidência da CPI em favor do PSDB. Mas o ministro da Coordenação Política, José Múcio, e o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), resistem à idéia.
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Garibaldi afirmou que vai aguardar as indicações dos membros do colegiado. Se governo e oposição não entrarem em acordo em até cinco sessões, o presidente do Congresso indicará os integrantes da comissão.
CPI exclusiva no Senado
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), afirmou há pouco que o requerimento que cria a CPI dos Cartões Corporativos apenas no Senado será lido ainda hoje. O tucano defendeu a abertura de duas comissões para investigar os cartões corporativos do governo e destacou que, no Senado, "a correlação de forças é muito boa", o que, segundo ele, garante maior credibilidade nas investigações.
"Eles [os governistas] sabem que a Casa depende da oposição para respirar", disse. "Não dá para o presidente levantar para fazer ‘pipi’. Levantou para fazer ‘pipi, a maioria é nossa", brincou.
O senador amazonense também afirmou que o governo Lula não precisa investigar os gastos do governo FHC, uma vez que o Planalto "tem todos os dados". Virgílio anunciou que, caso o governo Lula não encontre indícios de mau uso na gestão tucana, ele irá processar o presidente Lula por prevaricação.
Por sua vez, Garibaldi é contra a intalação de duas CPIs para investigar os cartões corporativos. "Acho difícil a compatibilização. Não tem condições para o funcionamento das duas. Vai ser tumultuado", ressaltou.
O peemedebista, que procura ao máximo evitar a instalação dos dois colegiados, ainda criticou o embate entre governistas e oposicionistas. Garibaldi procurou convencer seu partido a ceder a presidência da CPI para a oposição, evitando desta forma outra CPI e a obstrução dos trabalhos. "Eu estou querendo ajudar, mas parece que não querem minha ajuda", ironizou. (Erich Decat e Rodolfo Torres)
Matéria atualizada às 14h38
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