Onze suplentes de deputado assinaram há pouco, no plenário da Câmara, o livro de posse para os dois anos de mandato que restam da atual legislatura. Incumbência do presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), a rápida cerimônia de posse contou com a presença do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, em um sala repleta de jornalistas. Já o ato de assinatura foi realizado em um plenário vazio, sem os flashes da imprensa ou a formalidade de uma cerimônia – deputados voltam à labuta apenas em 2 de fevereiro, quando termina o recesso parlamentar de fim-de-ano.
Ou seja: os ex-suplentes passam a receber salário de deputado quase um mês antes de começar o trabalho. É bom lembrar: cada deputado federal dá aos cofres públicos uma despesa mensal de R$ 102,3 mil, entre salários e verbas de gabinete.
Dos 11 novos deputados, dez entram no lugar de prefeitos ou vice-prefeitos que tomaram posse no primeiro dia do ano em seus respectivos municípios. Apenas um ex-deputado não deixa o posto na Câmara para exercer cargo eletivo majoritário: Leonardo Piciani (PMDB-RJ), que foi escolhido pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), para ocupar a Secretaria de Habitação. Em seu lugar entra Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ), que só deve tomar posse amanhã (7). Contudo, como apurou a reportagem, sua indicação não havia sido formalizada na Mesa Diretora da Câmara (Rodrigo é o secretário de Ordem Urbana do Rio).
Leia também
Tomaram posse hoje: Antônio Carlos Ramos (PTB-AL), na vaga deixada por Cristiano Matheus (PMDB), eleito prefeito de Marechal Deodoro (AL); Capitão Assunção (PSB-ES), no lugar de Neucimar Fraga (PR), prefeito de Vila Velha (ES); José Vieira Lins (PSDB-MA), substitui Sebastião Moreira (PSDB), prefeito de Imperatriz (MA); Marcos Lima (PMDB-MG), no lugar de Maria do Carmo Lara (PT), prefeita de Betim (MG); Fernando Stephan Marroni (PT-RS), no lugar de Tarcísio Zimmermann (PT), prefeito de Novo Hamburgo (RS); Jorge Boeira (PT-SC), na vaga de Carlito Merss (PT), prefeito de Joinville (SC); Dr. Roberto Alves (PTB-SP) substitui Frank Aguiar (PTB), vice-prefeito de São Bernardo (SP); e João Herrmann Neto (PDT-SP), na vaga de Reinaldo Nogueira (PDT), prefeito de Indaiatuba (SP).
Já como suplentes tomaram posse hoje os seguintes nomes: Fernando Antonio do Nascimento (PT-PE), como suplente do ministro José Múcio (Relações Institucionais) – o outro suplente, Silvio Serafim Costa (PMN), havia assumido como titular após a renúncia de Renildo Calheiros (PCdoB), prefeito de Olinda (PE); Elizeu Morais de Aguiar (PTB-PI), ocupa a suplência deixada por Antonio José Medeiros (PT), secretário de Educação do Piaui desde 2007 – o suplente B. Sá foi eleito prefeito de Oeiras (PI); e Glauber Braga (PSB-RJ), que entra na vaga de Jorge Bittar (PT), secretário de Habitação do Estado do Rio de Janeiro.
Nesta quarta-feira (7), devem assinar posse, além de Rodrigo Bethlem, os suplentes José Lupércio (PP-AM), no lugar de Carlos Souza (PP-AM), prefeito de Manaus; e Osvaldo Biolchi (PMDB-RS), no lugar do suplente de Osmar Terra (PMDB-RS), secretário de Saúde do estado, cujo mandato na Câmara era ocupado por César Schirmer (PMDB-RS), eleito prefeito de Santa Maria (RS).
Veteranos e calouros
O novo quadro na Câmara reúne não só vertentes partidárias diversas, mas também figuras muito díspares em termos de experiência política. Prestes exercer o quinto mandato parlamentar, o novamente deputado João Herrmann Neto disse ao Congresso em Foco que, agora, as circunstâncias são diferentes, uma vez que está em voga a questão da fidelidade partidária.
"Agora é fazer do velho o novo. Há algumas coisas interessantes: po exemplo, é a primeira vez que deputados são obrigados a assumir dentro de sua própria legenda", declarou João, com restrições ao troca-troca de partido. "Você tinha uma questão fluída, as pessoas se elegiam por um partido e buscavam guarida em outra legenda. É a primeira vez que você tem uma linha sucessória partidária, vamos dizer assim."
Já o marinheiro de primeira viagem Capitão Assunção, com nítido entusiasmo, fez alusão a um dos grandes nomes da política nacional ao comentar com a reportagem como será seu novo desafio. "Não vamos fazer como o JK, mas a gente vai trabalhar quatro anos em dois para representar bem a nação brasileira e a sociedade capixaba." Especialista na área de segurança pública, Assunção disse que o assunto receberá especial atenção de sua parte.
"O que analisei é que, dos pacotes [de segurança pública] de até dois anos atrás, pouca coisa foi votada. Do pouco que está sendo votado a maior parte das coisas são para aumentar a severidade das penas", completou o capitão, para quem o enrijecimento da punição não promove a redução dos índices de criminalidade. (Fábio Góis)
Leia também:
Deixe um comentário