Candidatos debatem em Brasília. Foto: Rossana Lana
Em clima amistoso, os dois candidatos que disputam o segundo turno à presidência do PT, os deputados paulistas Ricardo Berzoini e Jilmar Tatto, apresentaram hoje (12) suas principais propostas durante debate realizado em Brasília. O segundo turno das eleições que definirá o futuro presidente do partido será realizado no próximo domingo (16). No primeiro turno, Berzoini, candidato à reeleição, obteve 131.699 votos (43,42%) e Tatto, o apoio de 61.440 (20,25%) petistas.
Entre os pontos divergentes das propostas dos candidatos está a união interna. Para Tatto, falta espaço para as diversas correntes poderem se expressar.
“Precisamos radicalizar a democratização interna. Não faz bem ter uma força poderosa dentro do partido. Temos que embaralhar isso, para que todas as correntes tenham espaço”, afirmou, numa crítica à tendência Construindo um novo Brasil (CNB), novo nome do Campo Majoritário, grupo que dominou o partido nos últimos 15 anos e tem em Berzoini e no ex-ministro José Dirceu alguns dos seus principais expoentes.
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Já Berzoini afirmou ter melhor preparo para realizar essa aproximação. “Do ponto de vista de unir o partido, acho que temos maior prerrogativa. Nós fizemos um esforço real para a união e a prova disso foi o 13º Encontro e o 3º Congresso. O PED [Processo de Eleições Diretas] é demonstração de vigor e organização do partido”, avaliou.
Candidatura própria
Apesar de discordarem da atual situação interna do partido, ambos defenderam a candidatura própria do PT para as próximas eleições presidenciais.
“Não podemos trabalhar com a hipótese de não termos candidato. Seria uma traição para o povo. Temos vários governadores eleitos, temos a presidência e outros quadros eleitos em todo o país. Com todo o respeito à base, mas na hora da negociação vale quem tem força”, disse Tatto. Na mesma linha, Berzoini questionou: "Qual é a razão para não termos um candidato? Temos que fazer um programa que se referencie na luta do governo Lula e do partido”.
Tatto também defendeu uma maior aproximação do partido como os movimentos sociais como forma de a legenda ser ouvida pelo governo federal. “A impressão que dá é que ganhamos as últimas eleições [presidências] mas não levamos. Precisamos voltar para o movimento social para que possamos influenciar o governo Lula”.
Para Berzoini, o governo não se afastou dos movimentos sociais. “O movimento sindical e social é uma questão fundamental para o PT. O PT não se distanciou, apenas assumiu uma posição de maior complexidade. É natural ter contradições de interesses. Por outro lado, o próprio movimento social diz que nunca na história desse país houve tanto dialogo”, avaliou. (Erich Decat)
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