Organizadores das manifestações marcadas para esta quinta-feira (20), em contraponto aos protestos pró-impeachment de domingo (16), estão rachados entre proteger ou criticar o governo. Os grupos ligados ao Psol e ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), considerado o movimento com maior capacidade de mobilização, deixaram claro que irão focar em temas sensíveis ao governo, como o ajuste fiscal e a Agenda Brasil. As informações são da Folha de S.Paulo.
Já entidades historicamente ligadas ao PT, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a União Nacional dos Estudantes (UNE) pretendem adotar tom mais governista, com palavras de ordem contra o afastamento da presidente Dilma Rousseff.
“Há uma disputa política em torno do ato. Há aqueles que gostariam que ele fosse só em defesa da democracia e do governo. Não vamos aceitar”, afirmou o líder do MTST, Guilherme Boulos. Ele ainda reclamou sobre as propagandas veiculadas pelo PT em emissoras de rádio e TV que convocam a população a participar do ato.
“Atrelamento partidário não ajuda. As manifestações são por pautas amplas e populares, compartilham de uma insatisfação com o sistema político”, disse.
Já o presidente do diretório estadual do PT em São Paulo, Emídio de Souza, pediu a união dos grupos, mesmo que a defesa do governo não seja unânime. “Mesmo na direita tem manifestações diferentes dentro de um ato. Alguns defendem o (deputado) Jair Bolsonaro (PP-RJ), outros acham que o Aécio Neves (PSDB-MG) é pouco crítico, mas eles têm uma agenda em comum: fora Dilma, fora Lula, fora PT. Nós temos que ter uma que una também a esquerda”.
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Os rachas ficaram expostos durante a escrita do manifesto que pontua as motivações pelo ato. Chamado “Contra a Direita e o Ajuste Fiscal”, o texto foi assinado pelos organizadores do evento. No entanto, a CUT não ficou satisfeita, porque queria que o manifesto mencionasse que eles também estão organizados contra o impeachment de Dilma.
Enquanto os movimentos ligados ao PT gostariam que o tom do texto fosse pró-governo, a ala do Psol ligada a ex-deputada Luciana Genro desistiu de ir às manifestações por considerar que o documento defende indiretamente o governo.
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