A CPI dos Bingos vai fazer uma acareação entre os médicos João Francisco Daniel e Bruno Daniel, irmãos do ex-prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel, assassinado em 2001, e o chefe-de-gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho. A CPI também aprovou a convocação do juiz João Carlos da Rocha Mattos, preso em São Paulo por vender sentenças judiciais.
João Francisco e o chefe-de-gabinete de Lula deram versões contraditórias em seus depoimentos à CPI. Nesta tarde, a comissão ouve o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), advogado destacado pelo PT para acompanhar o caso. O Ministério Público acusa o criminalista de tentar atrapalhar as investigações.
O médico contou à comissão que recebeu a visita de Carvalho cinco dias após a morte do irmão. Na ocasião, segundo João Francisco, o chefe-de-gabinete teria confessado que fazia o repasse da propina arrecadada de empresas de ônibus, em Santo André, ao deputado José Dirceu (PT-SP) para financiar a campanha eleitoral de Lula em 2002.
“Ele, Gilberto Carvalho, levava para o deputado José Dirceu dinheiro oriundo dos esquemas denunciados para a campanha presidencial”, afirmou João Francisco. A versão foi contestada pelo chefe-de-gabinete de Lula. À CPI, Carvalho contou ter se encontrado cinco vezes com a família do ex-prefeito, mas negou ter conhecimento de qualquer esquema de corrupção no Grande ABC.
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Rocha Mattos será ouvido porque teve acesso a escutas telefônicas relacionadas ao caso Celso Daniel. Segundo o juiz, as fitas comprometem o chefe-de-gabinete de Lula, que teria orientado depoimento de testemunhas e demonstrado preocupação com as apreensões feitas pela Polícia Federal no apartamento do ex-prefeito, logo após o assassinato.
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