Lúcio Lambranho, enviado especial a Honduras
Las Manos (Nicarágua) e Tegucigalpa (Honduras) – Apesar do estado de sítio que gerou um toque de recolher desde o dia 28 de junho, Honduras não parece um país que sofreu um golpe de estado e vive uma crise política. Foi essa a situação que o site encontrou sábado (11) pelo menos na região sul do país e entre os 122 quilômetros que separam a cidade nicaraguense de Las Manos até a capital Tegucigalpa.
Durante todo o trajeto, a reportagem só foi parada uma única vez em El Paraíso, a primeira cidade hondurenha depois da fronteira com a Nicarágua. No posto de controle, apenas dois policiais da Polícia Nacional e outros dois soldados do Exército faziam a segurança na primeira cidade hondurenha depois da fronteira com a Nicarágua. O guarda não pediu documentos do repórter, mas fez uma busca rápida no porta-malas. O carro do repórter não foi parado nos outros quatro postos de controle do percurso.
Na zona rural da cidade de Danli, cerca de 30 pessoas que acompanhavam uma animada partida de futebol parecia não tomar conhecimento dos protestos contra o golpe que dominaram nas duas últimas semanas a capital do país e a cidade industrial de San Pedro Sula, localizada ao norte e perto da fronteira com a Guatelama.
Na capital, Tegucigalpa, as ruas estavam cheias cheias de gente fazendo compras e lotando as lojas no centro da cidade como em um dia típico de final de semana. As únicas imagens na cidade que lembram as manifestações na tarde de sábado (11) são algumas pichações nas principais avenidas da cidade.
Imigração hondurenha
Por volta das 10hs da manhã de sábado o repórter chegou à fronteira com Honduras depois de deixar a cidade nicaraguense de Ocotal, departamento de Nova Segóvia. Na imigração da Nicarágua, nenhum problema. Em menos de cinco minutos o repórter foi liberado. Do lado hondurenho, foi preciso esperar cerca de 40 minutos para que a oficial terminasse o café da manhã..
O guia nicaraguense, barrado no dia anterior em El Espino (leia mais), passou sem nenhum problema, mas os agentes da fronteira criaram dificuldades para a entrada do repórter.
Quando viu o passaporte brasileiro, no primeiro momento, a oficial da imigração informou que não a entrada não seria autorizada porque o interessado não tinha cartão de crédito.
Apesar da exigência, a única restrição imprensa em um folheto na porta da imigração era para passageiros que não tivessem o certificado de vacina conta a febre amarela. Depois de muita conversa e de aceitar um cartão de plano de saúde como alternativa, a oficial acrescentou mais um problema: era necessário uma pessoa que representasse o repórter em Honduras.
Depois de quase 20 minutos, a oficial conseguiu falar com a Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, que autorizou a liberação. Para fazer a ligação o site teve que pagar cerca de R$ 30,00 para recarregar o telefone celular da oficial hondurenha.
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