Alessandro Vieira*
Um político sentava no chão para comer sanduíche de mortadela com seus eleitores. Outro oferece o mesmo de café da manhã ao conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos. Um colocava talco no terno para parecer caspa; o outro, com orgulho, assina tratados internacionais e medidas provisórias com uma caneta Bic. Enquanto um ostentava a vassoura como ícone do seu governo, o outro faz com as mãos o símbolo de uma arma. O alvo? O mesmo. Corrupção, imoralidade, a política, ou seja, “tudo que está aí”.
Tempos distintos, o mesmo estilo. Jânio Quadros foi eleito presidente por um partido nanico. Jair Bolsonaro também. O primeiro teve ascensão política meteórica, sem acumular a maturidade política decorrente de cargos executivos. O segundo, idem. Jânio fazia questão de manter contato com a população, como se isso o poupasse de negociar com o Congresso. Bolsonaro faz o mesmo. Jânio tinha um vice que despertava receios profundos em certos setores. Bolsonaro também.
Na coluna semanal da revista Veja, Roberto Pompeu de Toledo enxergou paralelos entre “o efêmero presidente de 1961 e o atual”, com desconcertante ênfase ao “fantasma de Jânio que continua a assombrar a política do país”. Não estamos em 1961, mas a associação faz sentido, até para que não se deixe repetir o desfecho daquela história— o golpe militar de 1964.
Com Bolsonaro, o país está mais polarizado, mas sem agenda executiva clara. Falta a visão de um Brasil para além do combate à corrupção e ao déficit fiscal, importante para o país, mas não suficiente. É preciso ter prioridades claras. Dar à educação o destaque que merece. Abandonar discursos de polarização. Trabalhar com um Congresso que é fruto da mesma renovação que colocou Bolsonaro no poder.
O sistema político brasileiro se viciou em corrupção, com evidentes exceções. Candidaturas alicerçadas em dinheiro sujo. Maiorias parlamentares construídas mediante fisiologia ou distribuição aberta de recursos de origem espúria. Apropriação criminosa do Estado quase como uma regra.
As operações policiais, com destaque para a Lava Jato, deixaram esse sistema exposto e criaram o clima que afastou alguns dos políticos comprometidos e viabilizou a maior renovação da história do Parlamento e a eleição de um outsider, Jair Bolsonaro.
As eleições mostraram que o Brasil não aceita mais o velho esquema corrupto, mas não criaram automaticamente uma nova forma de relacionamento entre Executivo, Legislativo e a sociedade. Ainda restam muitos representantes do sistema antigo, que lutam pela sua manutenção, e vários dos novos atores políticos, inclusive o presidente da República, não assimilaram até o momento a dimensão da força e da responsabilidade de suas atuais funções. As soluções devem necessariamente ser construídas dentro do ambiente democrático e de respeito mútuo. Fora disso, só temos a barbárie, o autoritarismo e a violência. O Brasil não precisa e não merece uma nova ditadura, seja de esquerda ou direita. Ditadura nunca mais!
O país tem problemas graves , e não há respostas simples. Mas temos bons princípios que indicam o caminho a seguir. O primeiro deles é o indispensável respeito aos eleitores, cujos votos legitimam os eleitos, gostemos deles ou não. O segundo, da alçada do presidente Bolsonaro, é a necessidade de desarmar os espíritos e buscar o diálogo franco com todos os parlamentares. O terceiro ponto, de responsabilidade do Congresso, está em produzir a legislação demandada pela sociedade.
No século XXI, as democracias não correm risco entre tanques e soldados, mas na ponta de uma Bic, com extinção de conselhos participativos, por exemplo, ou em manobras parlamentares que ocultam achaques. É no desrespeito às regras do jogo que vão se corroendo liberdades e direitos. O Brasil precisa ter mais clareza do valor das normas democráticas e firmeza para repudiar populismo e autoritarismo com a mesma veemência com que repudiou a corrupção nas urnas.
Jânio não conversava diretamente, mandava bilhetes e nunca conseguiu descer do palanque. Deixo aqui meu pedido ao presidente e aos colegas parlamentares e também meu apelo aos brasileiros: aprendamos com os erros da História. Menos tuítes, mais conversa, menos campanha, mais governo.
* Alessandro Vieira é senador da República (Cidadania-SE)
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Intervenção Militar não é e nunca será golpe. querem saber o que é golpe, vou mostrar. Golpe é o que os governos esquerdistas fizeram de 1985 até 2018. Aparelharam o estado, tomando o poder e governando através de uma maquina estatal dominadora. Nos roubaram trilhões e trilhões de dólares. E vocês vem agora falar de 1964. Tenham vergonha na cara. não existe comparações com 1964! Os crimes cometidos por estes governos dês 1985, contra o Brasil, são gravíssimos, é uma afronta a Democracia brasileira e uma traição contra o povo. É covardia da parte de qualquer um, comparar os acontecimentos de 1964, com o que acontece hoje. Não chega nem perto!! Já passou da hora, de se decretar uma Intervenção Militar no Brasil.
Canalhas. A culpa da crise é única e exclusiva dos corruptos. Deputados, Senadores. Mais da metade está envolvida em corrupção. BOLSONARO quer dar um basta nisso mas a quadrilha não quer largar o osso. A imprensa, principalmente a Globo quebra sem dinheiro das estatais. Imprensa mentirosa, salafrária. Eu gostaria que houvesse um golpe militar e que fuzilassem todos da esquerda e centrão. Metade dos problemas resolveriam-se.