O presidente Jair Bolsonaro compartilhou no WhatsApp texto que ele atribuiu a “autor desconhecido”, mas que na verdade é de autoria de Paulo Portinho, no qual o Brasil é retratado como um país “ingovernável” em razão da força política e dos privilégios das corporações. A publicação gerou rumores, não apenas na oposição e nos meios políticos mas também no mercado financeiro, sobre uma eventual possibilidade de renúncia presidencial.
Uma das principais lembranças, que chegou aos trending topics do Twitter na tarde desta sexta-feira (17), é uma comparação com o ex-presidente Jânio Quadros (1917/1992), que ficou no cargo por menos de um ano, em 1961, até renunciar alegando ter sido vítima de “forças ocultas”.
O compartilhamento de Bolsonaro foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo (veja íntegra ao final desta matéria). O autor da reflexão que o presidente colocou em circulação é analista financeiro Paulo Portinho e funcionário da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ele havia postado o texto em seu perfil pessoal no Facebook. O autor foi candidato a vereador pelo partido Novo em 2016. O post afirma que “Bolsonaro não é culpado pela disfuncionalidade [do país], pois não destruiu nada, aliás, até agora não fez nada de fato, não aprovou nada, só tentou e fracassou”.
A culpa da imobilidade do sistema, segundo o autor, é não só dos políticos, mas também de “servidores-sindicalistas, sindicalistas de toga e grupos empresariais bem posicionados nas teias de poder. Os verdadeiros donos do orçamento”.
“Na hipótese mais provável, o governo será desidratado até morrer de inanição, com vitória para as corporações. Que sempre venceram. Daremos adeus a Moro, Mansueto e Guedes. Estão atrapalhando as corporações, não terão lugar por muito tempo. Na pior hipótese ficamos ingovernáveis e os agentes econômicos, internos e externos, desistem do Brasil. Teremos um orçamento destruído, aumentando o desemprego, a inflação e com calotes generalizados. Perfeitamente plausível. Claramente possível”, diz um trecho do manifesto.
O texto repercutiu entre opositores e aiados do presidente. “Jânio Quadros, é você?”, questionou, por meio do Twitter, o senador Humberto Costa (PT-PE). Colega do petista, o senador Major Olímpio (PSL-SP) saiu em defesa do Presidente. “O texto é um grito de alerta para toda a população brasileira, quando diz que, do jeito que são as coisas, nunca a vontade daqueles que votam será respeitada. Bolsonaro foi transparente e verdadeiro”, afirmou em vídeo.
VEJA A ÍNTEGRA DO TEXTO COMPARTILHADO POR BOLSONARO:
“TEXTO APAVORANTE – LEITURA OBRIGATÓRIA
Temos muito para agradecer a Bolsonaro.
Bastaram 5 meses de um governo atípico, “sem jeito” com o congresso e de comunicação amadora para nos mostrar que o Brasil nunca foi, e talvez nunca será, governado de acordo com o interesse dos eleitores. Sejam eles de esquerda ou de direita.
Desde a tal compra de votos para a reeleição, os conchavos para a privatização, o mensalão, o petrolão e o tal “presidencialismo de coalizão”, o Brasil é governado exclusivamente para atender aos interesses de corporações com acesso privilegiado ao orçamento público.
Não só políticos, mas servidores-sindicalistas, sindicalistas de toga e grupos empresariais bem posicionados nas teias de poder. Os verdadeiros donos do orçamento. As lagostas do STF e os espumantes com quatro prêmios internacionais são só a face gourmet do nosso absolutismo orçamentário.
Todos nós sabíamos disso, mas queríamos acreditar que era só um efeito de determinado governo corrupto ou cooptado. Na próxima eleição, tudo poderia mudar. Infelizmente não era isso, não era pontual. Bolsonaro provou que o Brasil, fora desses conchavos, é ingovernável.
Descobrimos que não existe nenhum compromisso de campanha que pode ser cumprido sem que as corporações deem suas bênçãos. Sempre a contragosto.
Nem uma simples redução do número de ministérios pode ser feita. Corremos o risco de uma MP caducar e o Brasil ser OBRIGADO a ter 29 ministérios e voltar para a estrutura do Temer.
Isso é do interesse de quem? Qual é o propósito de o congresso ter que aprovar a estrutura do executivo, que é exclusivamente do interesse operacional deste último, além de ser promessa de campanha?
Querem, na verdade, é manter nichos de controle sobre o orçamento para indicar os ministros que vão permitir sangrar estes recursos para objetivos não republicanos. Historinha com mais de 500 anos por aqui.
Que poder, de fato, tem o presidente do Brasil? Até o momento, como todas as suas ações foram ou serão questionadas no congresso e na justiça, apostaria que o presidente não serve para NADA, exceto para organizar o governo no interesse das corporações. Fora isso, não governa.
Se não negocia com o congresso, é amador e não sabe fazer política. Se negocia, sucumbiu à velha política. O que resta, se 100% dos caminhos estão errados na visão dos “ana(lfabe)listas políticos”?
A continuar tudo como está, as corporações vão comandar o governo Bolsonaro na marra e aprovar o mínimo para que o Brasil não quebre, apenas para continuarem mantendo seus privilégios.
O moribundo-Brasil será mantido vivo por aparelhos para que os privilegiados continuem mamando. É fato inegável. Está assim há 519 anos, morto, mas procriando. Foi assim, provavelmente continuará assim.
Antes de Bolsonaro vivíamos em um cativeiro, sequestrados pelas corporações, mas tínhamos a falsa impressão de que nossos representantes eleitos tinham efetivo poder de apresentar suas agendas.
Era falso, FHC foi reeleito prometendo segurar o dólar e soltou-o 2 meses depois, Lula foi eleito criticando a política de FHC e nomeou um presidente do Bank Boston, fez reforma da previdência e aumentou os juros, Dilma foi eleita criticando o neoliberalismo e indicou Joaquim Levy. Tudo para manter o cadáver procriando por múltiplos de 4 anos.
Agora, como a agenda de Bolsonaro não é do interesse de praticamente NENHUMA corporação (pelo jeito nem dos militares), o sequestro fica mais evidente e o cárcere começa a se mostrar sufocante.
Na hipótese mais provável, o governo será desidratado até morrer de inanição, com vitória para as corporações. Que sempre venceram. Daremos adeus Moro, Mansueto e Guedes. Estão atrapalhando as corporações, não terão lugar por muito tempo.
Na pior hipótese ficamos ingovernáveis e os agentes econômicos, internos e externos, desistem do Brasil. Teremos um orçamento destruído, aumentando o desemprego, a inflação e com calotes generalizados. Perfeitamente plausível. Claramente possível.
A hipótese nuclear é uma ruptura institucional irreversível, com desfecho imprevisível. É o Brasil sendo zerado, sem direito para ninguém e sem dinheiro para nada. Não se sabe como será reconstruído. Não é impossível, basta olhar para a Argentina e para a Venezuela. A economia destes países não é funcional. Podemos chegar lá, está longe de ser impossível.
Agradeçamos a Bolsonaro, pois em menos de 5 meses provou de forma inequívoca que o Brasil só é governável se atender o interesse das corporações. Nunca será governável para atender ao interesse dos eleitores. Quaisquer eleitores. Tenho certeza que esquerdistas não votaram em Dilma para Joaquim Levy ser indicado ministro. Foi o que aconteceu, pois precisavam manter o cadáver Brasil procriando. Sem controle do orçamento, as corporações morrem.
O Brasil está disfuncional. Como nunca antes. Bolsonaro não é culpado pela disfuncionalidade, pois não destruiu nada, aliás, até agora não fez nada de fato, não aprovou nada, só tentou e fracassou. Ele é só um óculos com grau certo, para vermos que o rei sempre esteve nu, e é horroroso.
Infelizmente o diagnóstico racional é claro: ‘Sell’.
Autor desconhecido”
(Embora Bolsonaro tenha atribuído o texto a “autor desconhecido”, quem o escreveu foi Paulo Portinho, conforme explicado acima)
> Em reação ao texto, senador Alessandro Vieira apela a Bolsonaro para que mude de comportamento
O que o Bozo tentou de bom pro povo?
Senador Humberto Costa, acho que o texto não é da lavra do Ex Presidente Jânio Quadros. Tá com jeitão de ser de autoria do General Olímpio Mourão Filho…Já ouviu falar dele né?
Não é do Mourão, mas o Mourão será super bem vindo!
Vejamos:
1. Se temos uma câmara de deputados que NÃO funciona, ou funciona na base de “incentivos”, e não se preocupa em nada com o país, para que precisamos dela?
2. Se temos um senado que NÃO funciona e age da mesma forma que a câmara, para que precismos dele?
3. Se temos um STF aparelhado e que age de acordo com interesses próprios e, NÃO funciona, para que precisamos dele?
Esse é um caminho que ainda pode acontecer…
SE AS INSTITUIÇÕES NÃO FUNCIONAM, ALGUMA COISA TEM QUE FUNCIONAR.
O Bozo tá peidando, é? Mas já? Ele não resolveria tudo com a “nova política” ??
Só vejo uma solução para o Brasil: A renúncia de Bolsonaro, bem como a do ministro da Economia, o cavalo de Troia, Paulo Guedes, e toda a sua equipe econômica por inexperiência e incompetência absoluta, pois já está comprovado que eles não entendem de economia o suficiente para recolocar o país de volta nos trilhos. Estão apostando na Reforma da Previdência, que, se for aprovada, será um desastre, e não solucionará o problema da Economia. Tem tudo pra ser um governo do fracasso!!! É como diz Lula, “O Brasil está sendo governado por um bando de malucos”. Chama Lula, que o homem dá jeito! Lula é um gigante! Lula é um ser humano fantástico! Lula é genial!!! Lula entende de Economia e de Previdência Social porque tem experiência e governou o Brasil por duas vezes e, com absoluto sucesso. Lula tem capital político, e tem prestígio nacional e internacionalmente. Além do mais, é um excelente articulador político. Lula deixou a Presidência com uma avaliação de 85% de Bom e Ótimo. Lula é o único brasileiro neste país em condições de governar o Brasil a contento, e de recolocar o país de volta nos trilhos. Lula é o único brasileiro que conhece e sabe das necessidades do povo brasileiro. Lula foi, simplesmente, o maior e melhor Presidente do Brasil de todos os tempos. Era tanto progresso que assustou o mundo! Quem não se lembra disso? Viva o ex-Presidente “Luiz Inácio Lula da Silva”, o eterno Presidente da gente! #LulaLivre #LulaPresoPolítico #LulaPerseguidopelaJustiça #LulaCondenadoSemProva #LulaInocente (Poeta nordestino, de Sousa, no Sertão da Paraíba)
Pois é senhor , mas agora que ele só pode se candidatar quando estiver com 90 anos , vamos de Ciro 2022 …….
Quando se coloca a ideologia acima de tudo, quando se divide ao invés de somar, quando o amadorismo prevalece, botar a culpa nas raposas ou nos erros do passado é flertar com o insucesso do futuro.
Esses indivíduos lascivos ao país dito “políticos” do Congresso Nacional , da câmara dos deputados e “ministros” do STF subestimam 57 milhões de brasileiros ávidos e com o sangue quente por mudanças ! Uma GUERRA CIVIL com grande proporções principalmente contra esses bandidos é uma grande realidade juntamente com a esperada INTERVENÇÃO MILITAR pondo fim a esse asqueroso e perverso stablishment que o país convive há mais de 35 anos apodrecendo – o e retirando a qualidade de vida de todos nós. Já sou um convocado e caminharei com um cabo e um soldado rumo ao Congresso Irracional ……
É um ex combatente delirando ?………..
Não, bem que gostaria …. Apenas um cidadão como tantos que não vê luz ao final do túnel e e enxugará gelo se medidas radicais não forem tomadas contra esses bandidos ……
Intervenção militar sim, mas sem o bolsonaro presidente!
Melhor do que nada …..
Bolsonaro é parte do problema.
Não concordo com tudo , mas que o presidente não manda nada , isso já foi desde a época do descobrimento , os 513 + 81 ……..e a que se diz (in)justica , mais os grandes cartéis de empresários corruptos é que mandam e desmandam , vide JBS , ODEBRECHT , MENDES etc …é por ai ………
Essa carta ai parece ser lavra do seu “guru medalhado” Sr. Olavo de Carvalho. Não está governando porque resolveu bater nos trabalhadores e estudantes. Uma reforma justa de reforma previdenciaria não imporia tão pesada carga aos desfavorecidos ( vide BPC de 400,00 ) e muito menos deixaria a margem do processo a classe das forças armadas com suas integralidade e paridade preservadas ao custo do resto da população. Teria agido para retomar a economia, mas como se ainda não deixou de lado as eleições ( parece não acreditar que foi eleito ).