Considerado um dos nomes mais fortes para disputar a presidência da Câmara, o presidente e líder do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), não pretende lançar sua candidatura enquanto Rodrigo Maia (DEM-RJ) não decidir quem apoiará. Uma das lideranças mais próximas de Maia, Baleia tem dito a interlocutores próximos que “não forçará a barra” para concorrer ao cargo neste momento. O deputado já avisou a aliados que apoiará o nome a ser escolhido por Maia. E que não se furtará se for ele o preferido.
“Baleia não vai ser candidato de si mesmo. Ele não tem ansiedade para ser o presidente da Câmara agora. Está apenas no quinto ano como deputado federal e tem 48 anos”, disse um parlamentar ligado ao emedebista ao Congresso em Foco. “Embora seu nome seja sempre citado para a presidência da Câmara, ele jamais escreveu ou deu declaração de que será candidato”, acrescentou.
As principais informações deste texto foram enviadas antes para os assinantes dos serviços premium do Congresso em Foco. Cadastre-se e faça um test drive.
“No momento do jogo político, Arthur Lira está na frente, porque já está conversando com os deputados, negociando no varejo”, observa o interlocutor do emedebista. Em entrevista ao Congresso em Foco no início da semana passada, o deputado disse que Maia poderia se candidatar caso fosse autorizado pela Câmara. Depois do veto do Supremo Tribunal Federal (STF) à reeleição, no último domingo, o parlamentar fluminense disse que nunca pretendeu disputar novo mandato.
Um dos sinais da proximidade entre Baleia e Maia está na indicação feita pelo presidente da Câmara para que o emedebista assumisse a autoria da proposta de reforma tributária do tributarista Bernard Appy. Os dois têm outras afinidades e objetivos em comum.
No que depender de Baleia, o MDB não apoiará o governo nem a reeleição de Jair Bolsonaro. O deputado sonha com a construção de uma aliança de centro e centro-direita para 2022, que poderia ter à frente nomes como João Doria (PSDB) e Luciano Huck (sem partido). Ele também não descartaria uma aproximação com Ciro Gomes (PDT), não fossem as reiteradas críticas do ex-governador e presidenciável à legenda.
A tendência, no momento, é que MDB, PSDB e DEM estejam do mesmo lado na próxima eleição presidencial. Por isso, as principais lideranças dos três partidos querem marchar unidas até 2022. Se for escolhido por Maia como seu candidato à presidência da Câmara, o emedebista deve largar de cara com o apoio dessas bancadas.
Publicidade“O objetivo é não deixar o partido ir para o lado de Bolsonaro”, explica ao Congresso em Foco um importante interlocutor de Baleia. Atualmente a bancada do MDB no Senado é considerada mais próxima de Bolsonaro. Vêm de lá os líderes do governo na Casa e no Congresso e o relator da PEC Emergencial, uma das prioridades da agenda econômica ainda engavetadas. Na Câmara, há dois bolsonaristas considerados “raiz”: o ex-ministro da Cidadania Osmar Terra (RS) e Rogério Peninha Mendonça (SC). “Outros deputados demonstram algum alinhamento com o presidente por questões regionais”, observa a fonte.
No Senado, como também mostra o Painel do Poder, unidade de pesquisa do Congresso em Foco voltado para assinantes, o MDB demonstra força. De acordo com levantamento divulgado ontem pelo site, dois emedebistas aparecem como favoritos à sucessão, na avaliação das principais lideranças da Casa: Simone Tebet (MS) e Eduardo Gomes (TO). O senador é líder do governo no Congresso. Já Simone, presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), é uma parlamentar de perfil independente.
Conheça e assine o Painel do Poder
Exclusivo: líderes revelam os favoritos para suceder Davi e Maia
Deixe um comentário