O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu neste sábado (21) que há um abuso do Ministério Público (MP) nas investigações envolvendo o seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), e que é necessário um controle sobre o órgão. Apesar disso, ele afirmou não fazer qualquer movimento para atrapalhar a investigação.
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“Então, a questão do MP. Tá sendo um abuso. É o que noto. Qual a interferência minha? Zero”, disse o presidente, durante café da manhã com jornalistas no Palácio da Alvorada. As informações são do jornal O Globo.
A ideia da reunião com os repórteres foi dada ontem, em coletiva na porta do Alvorada. Bolsonaro aceitou, mas pediu para que não fossem feitas perguntas pessoais. Durante a conversa, no entanto, disse que encerraria a entrevista se fizessem “alguma pergunta chata.”
Em seguida, sobre as investigações de Flávio, ele respondeu, afirmando que não daria espaço a mais questionamentos sobre o tema. “Vou responder sem a réplica. O processo está em segredo de Justiça? Te respondo, tá. Quem é que julga. O MP ou juiz? Os caras vazam e julgam, paciência”, comentou.
Nesta quarta-feira (18), a polícia cumpriu uma série de mandados de busca e apreensão na investigação sobre lavagem de dinheiro e peculato envolvendo Flávio quando ele era deputado estadual. A suspeita é de que havia um esquema de “rachadinha” no gabinete, ou seja, apropriação de parte do salário dos assessores, além de funcionários fantasmas.
Divulgação de informação
O militar afirmou que há um “estardalhaço”, com o objetivo de promover desgastes, e questionou a necessidade de vazamento a jornalistas de informações confidenciais das investigações. “Qual é a intenção? Um estardalhaço enorme. Será porque falta materialidade para ele e o que vale é o desgaste agora? Quem está feliz com essa exposição aí absurda na mídia? Alguém está feliz com isso” disse.
“Agora, se eu não tiver a cabeça no lugar, eu alopro”, complementou.
Bolsonaro citou o repasse de dados de Flávio obtidos pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) a autoridades, criticando a divulgação de informação pelo MP.
“Por exemplo, se entra na conta de uma funcionária R$ 60 mil, ela botando na minha conta. Vai ser um escândalo. No dia seguinte, vou mostrar que vendi o carro para ela. Já está feita a besteira. É assim que se deve comportar o Ministério Público?” perguntou.
Em seguida, defendeu a necessidade de um maior controle do órgão, que não seja feito pelo Executivo.
“Todo poder tem que ter uma forma de sofrer um controle. Não é do Executivo, é um controle. Quando começa a perder o controle, busca pelo em ovo… Eu sou réu no Supremo, sofri muito processo os mais variados possíveis”, afirmou.
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