Em documento enviado à CPI da Covid, o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, confirmou que o Exército Brasileiro recebeu um pedido do Ministério da Saúde para aumentar a demanda de hidroxicloroquina. O objetivo era atender a recomendação da pasta para o “uso da cloroquina como terapia adjuvante no tratamento de formas graves da Covid”.
O ofício assinado no dia 11 deste mês também detalha o valor recebido para a operação. “De 2 e 20 de abril de 2020, respectivamente, de R$ 450.000,000 e 1.000.000,00, ambas da Ação Orçamentária 21C0”, apresenta o documento.
Além disso, a Defesa informa que a distribuição às secretarias municipais e estaduais de Saúde foram determinadas pelo Ministério da Saúde. De acordo com o documento, o Governo Federal distribuiu o medicamento sem eficácia comprovada para o tratamento de covid-19 entre os meses de abril e outubro do ano passado.
Repasse aos Estados
O documento revela que Estados receberam até 40 mil caixas do medicamento. Os principais destinatários foram as regiões do Norte, Nordeste e Sudeste.
O Nordeste, por exemplo, contabilizou a entrega de cerca de 215 mil comprimidos de hidroxicloroquina nos meses de abril, julho e agosto. Apenas o Ceará recebeu 49% da droga.
Ao estado do Amazonas, que sofreu com o colapso de saúde em janeiro deste ano, foi destinado 50 mil comprimidos.
Confira o ofício:
Droga na CPI
O medicamento sem comprovação científica é uma das principais pautas abordadas na Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado. A droga faz parte do tratamento precoce ‘Kit Cloroquina’, junto com a azitromicina e ivermectina. O uso do kit é incentivado pelo presidente Jair Bolsonaro, mesmo sem eficácia comprovada contra o novo coronavírus.
A comissão foi instaurada para apurar ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e fiscalizar a distribuição de verba para estados e municípios.
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