Em pronunciamento ao deixar o comando do Ministério da Saúde, o ex-ministro Nelson Teich não citou o motivo de sua saída, mas agradeceu ao presidente Jair Bolsonaro pela oportunidade e disse que fez o melhor possível à frente do ministério em um momento difícil. “A vida é feita de escolhas e eu hoje escolhi sair. Digo a vocês que dei o melhor de mim nesse período”, disse Teich.
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Apesar de não detalhar o motivo de sua demissão no pronunciamento de despedida, Teich deixa o governo por não aceitar duas imposições de Bolsonaro: a ampliação do uso da cloroquina no combate à covid-19 e o relaxamento do isolamento social.
Um sinal evidente do desgaste na relação entre o ministro e o Planalto foi o fato de Bolsonaro ter permitido a abertura de salões de cabeleireiro, academias de ginástica e barbearias sem consultar o ministro, que ficou sabendo da decisão pela imprensa.
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Apesar de ter assumido com um discurso mais alinhado a Bolsonaro que o de Luiz Henrique Mandetta, Teich, que é médico, se recusou a ignorar os protocolos da medicina para seguir uma imposição política de Jair Bolsonaro.
O ex-ministro disse que deixou um plano de trabalho pronto para auxiliar secretários, prefeitos e governadores sobre próximos passos, mas não forneceu detalhes. Ele lembrou que a missão da saúde é tripartite, dividida entre União, estados e municípios.
PublicidadeTambém sem especificar, o ex-ministro disse ter sido construído um programa de testagem que está pronto para ser implementado. Segundo ele, esse programa irá auxiliar as autoridades a entenderem a situação e a evolução da covid-19 no Brasil.
Ele elogiou o trabalho dos profissionais de saúde e agradeceu pela oportunidade de atuar no ministério pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Sempre estudei em escola pública, minha faculdade pública, minhas residências foram em hospitais federais. Eu fui criado pelo serviço público”, disse Teich.
O médico pediu demissão na manhã desta sexta-feira (15) após pressões de Bolsonaro para que endossasse a defesa do fim do isolamento e ampliasse o uso da cloroquina no tratamento da covid-19. Teich, que assumiu a pasta após a saída de Luiz Henrique Mandetta, ficou menos de um mês no cargo.
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Me perdoem, amigos deste valoroso fórum. Eu nem deveria, aliás, emitir qquer palpite sobre coisa alguma, mas como sou um atrevido, ouso dizer que não entendi nadica de nada com relação a essa demissão de Teich. Melhor dizendo, não entendi por qual motivo ele assumiu esse cargo, sendo que pensava igual ao Mandetta. Pensando igual ao outro, e sabendo o que já tinha acontecido, Teich também já sabia que não tinha como enfrentar o Capitão Encrenca. Ou achava que podia peitar o Chefe Supremo? Nos poucos dias como Ministro, não fez coisa nenhuma, mostrando-se, aliás, perdido no meio de um pandemônio. Mandetta, pelo menos, é um político e já lidava no meio podre da política, lamaçal de onde saiu Bolsonaro (e o próprio Mandetta).
Enfim, Teich jogou a toalha, como já se sabia desde seu primeiro discurso. Entrou perdidão e saiu perdidão. E fracassado, pois se achava que convenceria o Capitão Encrenca de que são os Médicos que entendem de Medicina, enganou-se. Bolso não entende de Medicina, assim como não entende de Economia e nem de coisa nenhuma, mas é o Chefe Supremo, que somente deseja ao seu lado vassalos subservientes, que nunca devem tentar ofuscar seu suposto brilho; que se submetam a ele sem nenhuma contraposição e que, claro, obriguem os Médicos do Brasil a receitarem Cloroquina a torto e a direito aos infectados pelo bicho papão da vez. Para Bolso, a solução para o bicho é a Cloroquina e ponto final.
Dizem que o Capitão Encrenca colocará na Saúde o General Pazzuelo. Bem, Pazuello foi um oficial de Intendência, mexia com Almoxarifado e não é Médico, mas topa submeter-se ao Capitão Encrenca e tem coragem de impor a Cloroquina. Agora é aguardar a próxima encrenca, que não demorará.
… Outrossim, embora nem tudo sejam flores, é preciso reconhecer que o Governo Bolsonaro já alçava vôo. Ou iniciava corrida na pista rumo a isso, graças ao bom ministério que Bolsonaro constituiu, mesmo com as encrencas causadas diuturnamente por ele. Com um ou outro Ministro ruim, mas os principais muito bons, mormente o da Justiça e Segurança Pública, o da Infraestrutura e o da Economia. É preciso reconhecer isso. Infelizmente veio o bicho da pandemia e a descoordenação. Mas quem tem preparo diante de uma pandemia? Num furacão desses é um aprendizado a cada dia.
Bem, mas hoje o Planalto fez uma coletiva, um balanço dos 500 dias de governo. Assisti o começo, com o Braga Neto, fui saltando, saltando, até chegar no pronunciamento do Guedes, a partir dos 29:08 do vídeo. Ouvi a fala dele do começo ao fim.
Compensa ouvir o Guedes. Ouvi-lo é receber uma injeção de ânimo, de fé num futuro melhor. Vale a pena!
Guedes é mesmo um excelente quadro no governo Bolsonaro. Se o que ele diz é pura enrolação, eu não sei, mas ele inspira conhecimento e boa fé. Deus permita que o Capitão Encrenca o mantenha e o deixe trabalhar.
Quem desejar assistir, procure no YouTube pelo título: Ministros participam de coletiva de imprensa sobre a Covid-19