Na última pesquisa Ibope antes da votação de segundo turno, a corrida presidencial entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) ganha um elemento extra de expectativa. O candidato da extrema-direita tem tendência de queda e oscilou negativamente, em relação ao levantamento anterior, um ponto percentual, dentro da margem de erro de dois pontos. Ele tinha 57% dos votos válidos há quatro dias, e agora tem 56%. Já Haddad subiu três pontos, de 43% para 46% em relação à pesquisa divulgada na última terça-feira (23).
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Ou seja, uma diferença que era de 14 pontos percentuais há quatro dias agora é de 10. Na véspera da votação definitiva, o resultado dá ânimo adicional à militância petista, que hoje ganhou o reforço da declaração de voto do ex-presidenciável Joaquim Barbosa, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal e algoz do PT no julgamento do mensalão.
Mesmo assim, a diferença relativamente confortável que Bolsonaro mantém na liderança a um dia do segundo turno demonstra a dificuldade que o petista terá na reversão de votos. Bem articulada nas redes sociais, a equipe do deputado movimenta muito mais eleitores em plataformas como Twitter, Facebook e WhatsApp, e demonstrou mais capacidade de se comunicar com parcela expressiva do eleitorado durante toda a campanha.
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Em relação aos votos totais, cuja soma considera percentuais brancos e nulos (10%) e indefinidos (2%), Bolsonaro tem intenção de voto de 47% e Haddad, 41%, seis pontos percentuais de diferença. Na pesquisa anterior, a vantagem do candidato do PSL sobre o petista era de 13% (50% a 37%), mais do que o dobro da atual nesse quesito.
O Ibope também mensurou a rejeição aos candidatos, por meio da seguinte pergunta: “Para cada um dos candidatos a Presidente da República citados, gostaria que o(a) sr(a) dissesse qual destas frases melhor descreve a sua opinião sobre ele”? Em resumo, 39% disseram que não votariam em Bolsonaro “de jeito nenhum”. Esse índice foi de 44% para o petista.
Veja as respostas:
BOLSONARO
– Com certeza votaria nele para presidente – 39%
– Poderia votar nele para presidente – 10%
– Não votaria nele de jeito nenhum – 39%
– Não o conhece o suficiente para opinar – 11%
– Não sabem ou preferem não opinar – 1%
HADDAD
– Com certeza votaria nele para presidente – 33%
– Poderia votar nele para presidente – 12%
– Não votaria nele de jeito nenhum – 44%
– Não o conhece o suficiente para opinar – 10%
– Não sabem ou preferem não opinar – 2%
Encomendada pela TV Globo e pelo jornal O Estado de S. Paulo, a pesquisa ouviu 3.010 eleitores e foi realizada hoje (sábado, 27) e ontem. Segundo a metodologia do levantamento, a margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, permite afirmar que o nível de confiança chega a 95%, isto é, um índice quase absoluto (100%) em relação à possibilidade de os números retratarem a realidade. O código de protocolo do trabalho no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é BR‐02934/2018.
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