O governo federal promete retomar até o fim da semana todo o abastecimento de energia no Amapá. O apagão em todo o estado, iniciado na última terça-feira (3), tem causado atrito entre o Executivo e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Senador eleito pelo estado, Davi está irritado com a demora do governo em resolver o problema. Em resposta, ele já sinalizou a aliados que pode promover mudanças em projetos importantes do governo nas áreas de energia e gás. Resistente à privatização da Eletrobras, Davi já declarou a pessoas próximas que não vai pautar a proposta do governo que trata do assunto enquanto estiver à frente do Senado.
“O Davi já tinha se posicionado várias vezes contra a privatização. Agora essa oposição será ainda maior”, disse um interlocutor próximo do presidente do Senado ao Congresso em Foco. A proposta está parada na Câmara, mas já enfrentava desde o ano passado a resistência de senadores, sobretudo da região Norte, a exemplo de Davi. O apagão deve dificultar o já complicado acordo que o ministro da Economia pretendia negociar para quebrar a resistência dos senadores e começar a tramitação do projeto pela Casa.
Leia também
Irmão do líder nas pesquisas à prefeitura de Macapá, Davi teme prejuízos políticos com o clima de revolta da população, refletido em protestos ocorridos no fim de semana. Josiel Alcolumbre (DEM) tem apoio de uma ampla frente partidária, da qual participa também o PDT do governador Waldez Góes.
Tentativa de acordo
Os ministros Paulo Guedes e Bento Albuquerque tentaram negociar um acordo com o Senado, onde estão os principais insatisfeitos, para que a matéria avance. O projeto enfrenta resistência da bancada da região Norte no Senado porque os estados são mais dependentes da fornecimento estatal de energia elétrica.
PublicidadeO senador Eduardo Braga (MDB-AM), líder do partido e ex-ministro de Minas e Energia, tem dialogado com o governo e apontado sugestões de mudanças no processo de privatização, como a manutenção da golden share por parte da União, ação minoritária, mas que dá direito a veto, e a criação de um fundo de desenvolvimento para a região Norte, onde estão as principais hidrelétricas do país.
A estratégia para fazer o texto começar a andar era trocar a Casa Legislativa onde começa a tramitação. Mesmo que, constitucionalmente, caiba aos deputados analisar primeiro os textos do Executivo, a matéria poderia começar pelo Senado caso um projeto de privatização fosse adotado por algum senador, que assumiria a autoria da iniciativa. No entanto, a ideia de fazer o texto começar pelo Senado ainda não prosperou.
Concessionária
Com agenda inteiramente voltada para o assunto nesta semana, Davi promete pressionar a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para cassar a concessão da empresa espanhola Isolux, dona da subestação que pegou fogo e deixou sem energia mais de 700 mil pessoas.
No sábado, a Justiça Federal deu prazo de três dias para que a empresa solucione o problema, que desencadeou crise na economia local com desabastecimento de produtos e serviços essenciais. O Congresso em Foco não conseguiu contato com a concessionária.
Davi tem sentido na pele a cobrança da população local. Comerciantes têm perdido suas mercadorias, pessoas não conseguem sacar dinheiro, alimentos têm estragado, cenário que contribui para a insatisfação generalizada.
O presidente do Senado chegou a cobrar do governo federal publicamente uma solução para o caso. As cobranças têm sido dirigidas também a aliados, como Waldez e o prefeito de Macapá, Clécio Luiz, que conclui o seu segundo mandato sem partido, após ter se desfiliado da Rede para apoiar o irmão do senador do DEM. Clécio foi o primeiro prefeito de capital eleito pelo Psol, em 2012. Sua saída foi cobrada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), seu companheiro político desde o PT.
Randolfe, que apoiou a eleição de Davi para a presidência do Senado, está rompido com o senador. É dele a ação popular que resultou na liminar concedida pela Justiça Federal para obrigar a concessionária a restabelecer em 100% os serviços no prazo de três dias.
Eleição
Líder da oposição no Senado, Randolfe é aliado do ex-senador e ex-governador João Capiberibe (PSB-AP), principal adversário de Josiel Alcolumbre na corrida à prefeitura. O grupo defende o adiamento da eleição marcada para este domingo e alega que não há condições de prosseguir com a campanha sem o restabelecimento da energia.
Na liminar concedida no sábado em que determinou que a concessionária resolvesse o problema em três dias, o juiz federal João Bosco abriu prazo de 12 horas para a instituição de um grupo de trabalho com representantes do Ministério de Minas e Energia, da Eletronorte, da Companhia de Energia do Amapá (CEA) e da Isolux. “Estamos regredindo para os tempos da idade média, em razão de um Estado que enveredou totalmente para o descaminho da corrupção e da má gestão”, escreveu o juiz em sua decisão.
Apagão no Amapá gera crise de abastecimento e caos. Veja vídeos
Crise sem precedente
Em sua decisão, o magistrado alegou que ocorre no Amapá coloca em xeque todo o “precário sistema” de fiscalização federal sobre a empresa responsável pela manutenção dos serviços de subestação. O magistrado destacou que a apuração dos danos até agora está sendo capitaneada pelo governo federal sem que haja contrapartida do grupo espanhol.
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, visitou o estado, onde se encontrou com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Bento Albuquerque autorizou o governo estadual a contratar até 150 MegaWatss (MW). O ministro afirmou que a energia deve voltar à normalidade em todo o estado em até dez dias.
Acabamos de garantir junto ao @Minas_Energia (MME) 150 MW de energia, em caráter emergencial, para socorrer a população do nosso Amapá. Isso equivale a quase 70% do total do Estado. Estou dedicando todo o meu tempo para solucionar, o quanto antes, esse problema. pic.twitter.com/V8C3NXWWub
— Davi Alcolumbre (@davialcolumbre) November 7, 2020
O fogo começou na noite de terça-feira depois que um raio atingiu um transformador da Subestação de Macapá. As linhas de transmissão Laranjal/Macapá e as usinas hidrelétricas Coaracy Nunes e Ferreira Gomes foram desligadas automaticamente, segundo o Ministério de Minas e Energia.
Congresso resiste a desengavetar privatização da Eletrobras
Alcolumbre não tem culhão para reverter essa privatização, e tudo o que o rolha de poço fala é da boca pra fora.
Certamente Alcolumbre participou dessa privataria, enchendo os culhões, e agora quer enganar (novamente) o trouxa do Amapá, que ainda acredita nesse verme, ruminando sobre a reversão da privatização. Com isso o rolha de poço quer apenas aumentar o preço do seu passe, visando a próxima privataria, enquanto o trouxa do Amapá se fode sem energia elétrica.
Essa briga entre grupos políticos do Amapá é entre eles. Cheguei aqui em 05/01/2003 e quantas vezes já tive de ir embora do estado por diferentes motivos. Se ñ fosse por ter esposa e filhas aqui, desde 2006 ñ retornaria aqui, qdo me demitiram da Embrapa Amapá “denegrir” a imagem destes que agora se fazem de anjos, mas tem total domínio sobre tudo neste estado. E só se filia e sai candidato se for abençoado por qquer um destes ai. Na hora de pedir votos é com eles, na hora de assumir responsabilidades transferem a culpa. Este apagão é só o resultado de anos e anos de domínio destes ai q espalharam seus candidatos estado afora e controlam a ferro e fogo todos os partidos políticos locais. Já tentei me filiar, nunca permitem pq eu ñ sou agradável aos seus gostos pessoais. Que é única coisa que dita a política local. O duro que ao ler algo assim, amanhã aparece um dizendo eu sou diferente, diferente como se só consegue sair candidato se do agrado dos “comandantes” partidarios locais.
É assombroso como os políticos reagem quando surge um problema: pensam nos votos que poderiam perder e não nas consequências para a população. A ANEEL é autarquia do governo federal com atribuição para fiscalizar as concessionarias. Ela fez seu trabalho ? Não !!!! Desde que os políticos passaram a substituir os técnicos das agencias por amigos políticos, elas deixaram de funcionar, mas o Parlamento não reclama, neh ?? O resto é media dos políticos e incompetência da mídia em apontar os responsáveis pela crise que se arrasta …
A ANEEL iniciou suas atividades em dezembro de 1997, tendo como principais atribuições:
Regular a geração (produção), transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica;
Fiscalizar, diretamente ou mediante convênios com órgãos estaduais, as concessões, as permissões e os serviços de energia elétrica;
Implementar as políticas e diretrizes do governo federal relativas à exploração da energia elétrica e ao aproveitamento dos potenciais hidráulicos;
Estabelecer tarifas;
Dirimir as divergências, na esfera administrativa, entre os agentes e entre esses agentes e os consumidores, e
Promover as atividades de outorgas de concessão, permissão e autorização de empreendimentos e serviços de energia elétrica, por delegação do Governo Federal.
COMPLETAMENTE SÓBRIO ESSE ALCOOLUMBRE?…
Pelo q ouvi, faltou um sistema paralelo de reserva para caso de emergência, como esse. Ter somente um sistema é “desídia” da concessionária q explora o serviço. Parece q haverá multa pesada. Será?
Problema assim é previsivel. É por isso q há necessidade de um sistema de reserva, especialmente em lugar tão longe. Houve falha da concessionária, claro, mas o Poder Publico falhou tremendamente ao não fiscalizar e cobrar providências. Dá até prá gente pensar q receberam algum por fora para tanta omissão. Agora, uma multidão de autoridades acorrem ao local do crime, todas (mais seus assessores) ganhando gordas diárias de viagem; despesas com alimentação e hospedagem; custos com o deslocamento de aeronaves, tripulação, etc. Uma festa para as autoridades. E o Povo é q se exploda.
Ainda bem que essa empresa Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE) foi privatizada em 2008 no governo LULA!
Privatização é bom.
Sempre melhora o serviço.
Alguma coisa aconteceu.
Não se deixe levar por conversa de políticos.
Olha o tamanho das panças desses caras nessa foto.
Pançudos de tanto participar de banquetes no congre$$o.
Sei disso.
Só estou lembrando aos esquerdistas quem deu a bênção dessa privatização!
Lula não é de dar nada.
Deve ter é RECEBIDO.
kekeke!!! ???
Fui ver quantos Amapás cabiam dentro de São Paulo.
154.
Ou seja, se o Amapá tiver um senador, São Paulo precisa ter 154.