O presidente Jair Bolsonaro quer que o jornalista Sérgio Camargo volte para a presidência Fundação Palmares. Bolsonaro disse que, mesmo após ser criticado por boa parte da sociedade civil por relativizar a existência do racismo, Camargo só foi afastado do cargo nesta semana por conta de uma determinação judicial. E adiantou que o governo federal já está recorrendo dessa decisão na Justiça.
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“Caso nosso recurso seja vitorioso, EU O RECONDUZIREI à presidência da Fundação”, escreveu o presidente Bolsonaro nas suas redes sociais na noite dessa sexta-feira (13). O compromisso de renomear Camargo como presidente da Fundação Palmares foi anunciado junto com um vídeo em que o próprio Camargo rebate as críticas da sociedade civil. Na gravação, o jornalista diz que, enquanto presidente da Fundação Palmares, não vai permitir que essa instituição valorize o Dia da Consciência Negra.
“Claro que tem que acabar o Dia da Consciência Negra. É uma data que a esquerda se apropriou para propagar vitimismo e ressentimento racial. Não é uma data do negro brasileiro. É uma data de minorias empoderadas pela esquerda, que propagam ódio, ressentimento e divisão racial. No que depender de mim, a Fundaçõa Palmares não dará suporte algum a essa data. Nós vamos revalorizar o dia 13 de maio e o papel da Princesa Isabel na libertação dos negros”, diz Camargo no vídeo publicado por Bolsonaro. Veja:
– O afastamento de Sérgio Camargo da Fundação Cultural Palmares se deu por causa de DECISÃO JUDICIAL. Caso nosso recurso seja vitorioso, EU O RECONDUZIREI à presidência da Fundação. pic.twitter.com/C3rfOFz8P7
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) December 13, 2019
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A fala de Bolsonaro vem apenas um dia depois de o governo suspender a nomeação de Sergio Camargo para a presidência da Fundação Palmares. A nomeação foi suspensa na quinta após a 18ª Vara Federal da Seção Judiciária do Ceará derrubar a indicação de Camargo para a chefia da Fundação Palmares por entender que a nomeação “contraria frontalmente” o objetivo da instituição.
Camargo havia sido nomeado presidente da instituição, cujo objetivo é resguardar a cultura da população negra, em 27 de outubro. Mas virou alvo de críticas após usar as redes sociais para relativizar a existência do racismo. Camargo disse que “negro de esquerda é burro, é escravo” e soltou a seguinte afirmação: “Negros sempre ESCRAVIZARAM negros. Escravizam até hoje na África. Quer reparação histórica? Vá cobrar no Congo! Boa sorte!”. Um abaixo assinado que pedia a saída dele da instituição chegou a receber mais de 10 mil assinaturas.
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