Todo dia algum João morre de modo cruel em algum lugar do país. As circunstâncias, o fato de ter sido filmada e a coincidência de ter ocorrido na véspera do Dia da Consciência Negra tornaram especialmente chocante o assassinato de João Alberto Freitas em um supermercado Carrefour. Virou notícia mundial, justo quando os negros comemoravam o crescimento da sua representação nas câmaras e nas prefeituras do Brasil. No segundo episódio de Quórum, o podcast do Congresso em Foco, seis intelectuais negras, que publicam na coluna Olhares Negros, falam com dor, clareza e lucidez sobre o racismo, suas causas e como superá-lo.
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Quórum estreou logo após o primeiro turno com uma análise dos resultados da primeira rodada eleitoral. Tanto o número de downloads (148 apenas no primeiro dia) quanto as reações positivas que nos chegaram foram muito acima de nossas expectativas. Também recebemos dicas preciosas para aprimorar o podcast.
Esse segundo episódio tomou por base uma live realizada terça-feira (24). Ela reuniu Vanda Machado, 78 anos, educadora; Helena Theodoro, 77, filósofa e pesquisadora; Wania Sant’Anna, 59, historiadora; Roberta Eugênio, advogada, 32; Kelly Tiburcio, 29, cineasta; e Mariana Maiara, 28, fotógrafa.
Pessoas de gerações e ambientes profissionais diversos, mas afinadas na análise de um racismo que, como destacou a escritora, professora e pós-doutora Helena Theodoro, não é um problema apenas dos negros e pardos, que formam a maioria da nação, mas de todo o Brasil. O país do samba e da feijoada, ela completa, “não gosta de se ver negro, mas vive negramente”.
PublicidadeViolência, religiosidade, poder político, resistência e espaço de trabalho no mercado audiovisual são alguns dos temas tratados. Apresentado por mim, esse segundo episódio de Quórum teve a participação da repórter Thais Rodrigues, que ilustrou com dados relevantes como são negados direitos e oportunidades à população preta, a mais atingida pelos homicídios, pelas desigualdades sociais e pela intolerância religiosa.
Ouça o podcast, que tem 36 minutos, e, se achar pouco, confere depois a íntegra da conversa, na live:
Mataram porque não tinham nenhum preparo para a função de segurança.