Na campanha para ser o candidato do PSDB à Presidência da República em 2022, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, publicou um bem produzido vídeo que responde à polarização entre o presidente Jair Bolsonaro, ainda sem partido, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, às vésperas das manifestações marcadas para o dia Sete de Setembro.
O vídeo usa como mote inicial o fato de os grupos bolsonaristas terem se apropriado do verde e amarelo, cores principais da bandeira brasileira, desde as manifestações antes das eleições de Bolsonaro, adotando como uniforme a camisa da seleção de futebol. “Ninguém vai roubar as cores do Brasil”, diz o próprio Eduardo Leite, que narra o vídeo. Ele aparece no início usando uma camisa amarela, não a da seleção, mas do tipo pólo, em frente a um fundo verde, formado por uma vegetação.
Veja o vídeo:
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“Esse verde e amarelo que aparece aqui não é meu. Não é do Bolsonaro. Não é do Lula. O verde e amarelo é do nosso Brasil, é dos brasileiros. É do Brasil da Amazônia. Do Cristo Redentor. Do sertão nordestino. Dos cafezais de Minas. Do pampa e da Paulista”. O governador faz, então, uma alegoria com as regiões do país para concluir com sua mensagem política: “É do Brasil do Sul, do Norte, do Centro-Oeste, do Brasil que precisa voltar para o centro”.
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Eduardo Leite centra, então, no que se espera para o dia Sete de Setembro. Os grupos bolsonaristas estão convocando grandes manifestações. No sábado, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também convocou os militantes do partido para as ruas. “Nosso lugar é com o povo, na rua”, disse ela.
“Essa guerra aí de um lado contra o outro, esse Brasil do nós contra eles, esse é um Brasil pequeno. Um Brasil que bota pai contra filho, que bota família. Como se fosse o Brasil do Pelé contra o Garrincha, do Gil contra o Caetano, do mestre-sala contra a porta-bandeira. Um Brasil que bota sonha contra sonhos, que deixa todos vivendo uma triste realidade”, completa, com a imagem do muro que foi construído dividindo o gramado em frente ao Congresso nas manifestações contra e a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
“A melhor maneira de comemorarmos a Independência é sendo independentes”, diz o governador do Rio Grande do Sul. “Não precisamos pensar todos iguais para sermos o mesmo Brasil”, completa. “Basta ver no Chico Buarque e no Sergio Reis duas belezas musicais, e não só duas escolhas políticas”.
Eduardo Leite conclui: “Está na hora de nós retomarmos as cores do Brasil, de retomar a esperança dos brasileiros. Porque é ela que vai fazer um novo país. O país que nós podemos ser: independente, diverso, forte, justo, feliz e em paz”.
As prévias do PSDB para a escolha do seu candidato à Presidência no ano que vem estão marcadas para o dia 21 de novembro. Além de Eduardo Leite, colocam-se como pré-candidatos o governador de São Paulo, João Doria, o senador Tasso Jereissati (CE) e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio.
Embora ainda não seja oficialmente visto como uma possibilidade de aliança, vale ficar atento a um seminário conjunto que farão PSDB, MDB, DEM e Cidadania entre os dias 15 e 27 de setembro. Com o título de “Um novo rumo para o Brasil”, o seminário, escorado pelas presenças dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, José Sarney e Michel Temer, pretende discutir propostas para o país sair da crise. Ainda que de forma não declarada, tem forte impressão de início de formação de uma plataforma conjunta para 2022.
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