O LatAm Journalism Review, da Universidade do Texas, destacou o Congresso em Foco como um caso de grande sucesso em uma série de reportagens em que aponta“veículos de imprensa e jornalistas que inovam no jornalismo latino-americano na internet”.
No texto (veja a íntegra mais abaixo), são abordados alguns marcos dos 16 anos de cobertura do site, tais como reportagens sobre transparência e gastos de parlamentares, as premiações conquistadas, o Prêmio Congresso em Foco , os novos serviços por assinatura, a exemplo do Premium e do Farol Político, e o projeto mais recente: o Radar do Congresso, uma nova ferramenta interativa de monitoramento da atividade parlamentar desenvolvida com financiamento do Google.
A reportagem destaca o grau de dificuldade e de concorrência do mercado brasileiro. “Aventurar-se neste mercado já saturado de jornalistas e veículos de imprensa é para poucos corajosos. Prosperar nele, sobretudo fazendo jornalismo crítico e independente, é tarefa hercúlea”, diz trecho do texto, que ressalta a que foi isso que o Congresso em Foco conquistou ao longo de quase duas décadas de história. “Hoje, é uma referência na cobertura de Brasília, unindo audiência, prestígio e sustentabilidade financeira”, afirma a publicação da Universidade do Texas (veja a íntegra em inglês).
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A matéria também aborda o trabalho remoto que a equipe do Congresso em Foco está fazendo desde 12 de março, quando se tornou o primeiro veículo de Brasília a adotar o home office como medida preventiva contra o coronavírus. Entre março e abril, comemoramos o recorde de acessos: 8 milhões usuários únicos entre março e abril, um número quatro vezes maior do que o mesmo período do ano anterior.
Veja a íntegra da versão em português do texto:
Site pioneiro na cobertura do Congresso brasileiro mostra como alcançar relevância e sustentabilidade
Por Júlio Lubianco 26 junho, 2020
Este artigo é parte da série ocasional da LJR sobre Nativos Digitais, veículos de imprensa e jornalistas que inovam no jornalismo latino-americano na internet.
A cobertura política em Brasília é a mais concorrida do Brasil. O Distrito Federal é onde há a maior concentração de jornalistas per capita do país, onde estão sedes, sucursais e correspondentes das mais importantes redações do país. Aventurar-se neste mercado já saturado de jornalistas e veículos de imprensa é para poucos corajosos. Prosperar nele, sobretudo fazendo jornalismo crítico e independente, é tarefa hercúlea.
Em 16 anos, foi exatamente isso que o Congresso em Foco conquistou. O site foi criado em 2004 para cobrir a Câmara dos Deputados, o Senado e os seus 593 parlamentares: 513 deputados e 81 senadores. Hoje, é uma referência na cobertura de Brasília, unindo audiência, prestígio e sustentabilidade financeira.
O fundador Sylvio Costa já tinha mais de 20 anos de experiência em redações tradicionais, como Folha de S. Paulo, Istoé e Correio Braziliense, quando decidiu lançar o site. Naquele momento, ele era proprietário de uma agência de produção de conteúdo para sites e publicações. Foi quando começou a produzir, a pedido de um cliente, uma newsletter de notícias quentes sobre os bastidores da política.
“Percebi que tinha espaço para fazer alguma coisa sobre Congresso, sobre política, que não estava sendo feito. Faltava uma visão mais individualizada do Legislativo, para as ideias do Congresso, a diversidade lá dentro, os conflitos de interesses, as particularidades. Como votou cada um, quanto gastou, como se posicionou, a assiduidade”, disse o jornalista Costa à LatAm Journalism Review.
Mas como organizar uma cobertura tão ampla com uma equipe pequena e investimento reduzido? A estratégia editorial do Congresso em Foco para se destacar em meio à avalanche de informação que há em Brasília é definir priorizar e ter muito claro o custo-benefício de cada apuração.
“Se eu tenho um assunto que é sensacional mas eu preciso de três semanas para apurar, ótimo. Ele não está descartado não, mas vamos tentar ver se é possível estruturar a apuração de três semanas com a de hoje. O que que você pode fazer hoje que pode gerar a relevância, interesse e gerar audiência?”, disse Costa.
Esta necessidade se torna ainda mais evidente diante dos novos concorrentes que o Congresso em Foco conquistou ao longo dos anos. Além dos veículos tradicionais, surgiram novos nativos digitais para preencher lacunas de cobertura em Brasília. É o caso de JOTA, Poder360, Metrópoles, Vórtex, Antagonista e Agência Infra.
Desde o lançamento, o Congresso em Foco coleciona furos e prêmios, como os prestigiosos Embratel, Vladimir Herzog e Esso. Este último, conquistado em 2009 como “Melhor Contribuição à Imprensa”, uma categoria honorífica que prestigia boas iniciativas no jornalismo.
A relevância foi construída com uma série de furos de reportagem sobre a atividade parlamentar em Brasília. Logo nos seus primeiros meses de vida, o site publicou uma matéria com a lista dos parlamentares que respondem a processo no Supremo Tribunal Federal, na época em que o assunto ainda era pouco discutido. O levantamento pautou boa parte da imprensa e se tornou sistemático no site.
A pesquisadora Francilaine Moraes, doutora em comunicação pela Universidade de Brasília, analisou o caso do Congresso em Foco no estudo “Jornalismo e Democracia: o papel do mediador.” Moraes disse que o veículo tem uma equipe especializada em política e se tornou uma fonte de informação exigente e também destinada ao público parlamentar, seus assessores, jornalistas especializados e lobistas.
“Não é fácil entrar como uma mídia e se estabelecer nessa elite, que está naquela microarena do espaço público. Se tornar uma fonte de informação crível é um acerto, ainda mais porque eles costumam dar muitos furos e sempre com informações corretas,” disse a pesquisadora Francilaine Moraes à LatAm Journalism Review.
O site se notabilizou por reportagens a partir de dados sobre o funcionamento do Congresso e a atividade parlamentar que frequentemente são reproduzidos em veículos maiores. O jornalismo crítico e independente, no entanto, cobrou o seu preço em 2011, quando uma reportagem mostrou um grupo de servidores do Senado recebia mais do que teto constitucional salarial do funcionalismo.
“Hoje você entra nos portais do governo e já encontra os salários dos funcionários públicos, mas naquele momento não existia. Isso é antes da Lei de Acesso à Informação”, lembrou Costa, no momento que classifica como o pior vivido por ele, até aquele momento, à frente do Congresso em Foco. “Isso gerou uma avalanche de 50 ações judiciais movidas por funcionários do Senado. Prejudicou até o funcionamento do site, porque eram várias audiências no mesmo dia”.
O site foi absolvido em todos os processos, mas o recurso de um deles ainda está tramitando no Supremo Tribunal Federal.
Contas em dia: diversidade de receitas e produtos em alta
O bom jornalismo também dá os seus frutos, que vêm em forma de audiência e prestígio, colaborando para a saúde financeira da publicação. Em 16 anos de existência, o Congresso em Foco experimentou e continua experimentando com vários modelos de negócio e produtos. Produziu até mesmo uma revista impressa bimestral que, para a surpresa do fundador, foi a principal fonte de receita do veículo por algum tempo:
“O pulo do gato [na venda de publicidade], curiosamente, foi impresso. Nós chegamos a rodar 50.000 exemplares da revista [Congresso em Foco], e a lançar até seis edições por ano”, disse.
A publicação continha conteúdo exclusivo e serviu para atrair anunciantes para o site. Ela foi descontinuada quando já não compensava mandar imprimir a revista e com o aumento da receita da publicidade no próprio site.
“A gente tá numa fase de incrementar assinatura de conteúdos. Então aí nós temos vários produtos, alguns experimentais, outros já se encaminhado para uma certa maturidade”, disse Costa.
Um desses produtos é o Farol Político, uma newsletter semanal do cenário político, exclusivo para assinantes. A equipe também atua na área de pesquisas desde 2017, no qual se destaca o Painel do Poder, vendido em formato relatório para clientes.
Mais recentemente, o site lançou o Radar do Congresso, uma ferramenta interativa de monitoramento da atividade parlamentar desenvolvida com financiamento do Google.
“Aproveitamos a tradição do Congresso Brasileiro de trabalhar com dados abertos, favorecendo a transparência. Esse projeto está sendo financiado por uma bolsa que ganhamos do Google. É um marco no nosso modelo de cobertura de Congresso”, explicou João Frey, chefe de redação do Congresso em Foco, à LJR. ”Será possível ver todos os discursos, gastos e cruzar informações para analisar o comportamento dos parlamentares em diversas votações.”
Além de produtos e da publicidade, outra fonte de receita é o já tradicional Prêmio Congresso em Foco, que desde 2006 escolhe os parlamentares que mais se destacam em uma série de categorias. Há votações populares, de jornalistas e também de uma comissão. O evento é um dos momentos de mais visibilidade no ano, já que as premiações tendem a repercutir em outros veículos.
“[A criação do prêmio] foi uma estratégia de sobrevivência, porque quando a gente começou a fazer algumas reportagens um pouquinho mais investigativas ali dentro do Congresso, mostrando acusações criminais contra políticos, gastos escandalosos, isso gerou uma reação muito negativa de alguns leitores [contra o Congresso],” disse Costa.
Assim, a criação do prêmio foi um esforço para mostrar as boas iniciativas dentro do parlamento e incluir uma discussão positiva sobre a atuação parlamentar. “A gente quis deixar claro que nossas [reportagens] críticas são para melhorar o Congresso, não para pedir para fechá-lo”, disse Costa, numa referência aos movimentos de apoio ao presidente Jair Bolsonaro que defendem medidas inconstitucionais.
“Cobrir os aspectos negativos de qualquer área faz parte do jornalismo, mas você ouvir o leitor e trazer algo positivo é muito bom, porque as pessoas pensam que no ambiente político a maioria das questões é negativa. É importante ter o prêmio, as pessoas votarem e verem o resultado disso juntas. Esse formato de ouvir o leitor, compreender e trazer essas opiniões para o modo de fazer é algo rico e está no DNA do Congresso em Foco,” disse Moraes.
Cobertura do Congresso em tempos de pandemia
A equipe do Congresso em Foco está trabalhando remotamente desde 12 de março, alguns dias antes de o próprio Congresso suspender as suas sessões devido à pandemia de COVID-19. A realização de sessões online, implementadas ainda em março, mudou a rotina da equipe.
“Pandemia é o assunto do momento e a gente tinha dúvida de como, e se faríamos essa cobertura, mas foi uma onda que não parava de crescer e se impôs como a pauta do momento”, explicou Frey. “Terças e quartas-feiras sempre foram dias mais duros na cobertura do Congresso. Agora, com as sessões on-line, qualquer dia pode ter sessão”.
Com cobertura da pandemia, o site comemorou recorde de acessos: 8 milhões usuários únicos entre março e abril, um número quatro vezes maior do que o mesmo período do ano anterior. Outro motivo recente de comemoração foi a ampliação da equipe de 12 para 13 integrantes. Um crescimento modesto, mas significativo.
“No momento em que a maioria das empresas, especialmente na área de comunicação, está cortando vagas, nós estamos recrutando gente,” disse Costa. “A relevância é hoje não é determinada pelo tamanho da sua redação. A relevância hoje é determinada pela sua capacidade de ir ao encontro das necessidades de informação e até de afeto das pessoas”.
Link para a matéria: https://latamjournalismreview.org/pt-br/articles/site-pioneiro-na-cobertura-do-congresso-brasileiro-mostra-como-alcancar-relevancia-e-sustentabilidade/
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Imprensa mercenária e corporativa , fazem parte do “Consórcio” com a RedeSuzy, e com a Foice de São Paulo,o que de pior existe na imprensa brasileira,desaprenderam a fazer o verdadeiro jornalismo a muito tempo. Reciclagem urgente!!!!!!
O congresso em foco, site do uolzinho, que é da foice de sp.. só é exemplo do que NÃO se deve fazer em jornalisamo. É hipócrita, é mentiroso, é tendencioso, é parcial, e ainda por cima é de esquerda.. o que SEMPRE piora tudo!
Agora até a própria coruja elogia o toco. Congre$$o a serviço do PT & Puxadinhos. Como a UOL e Folha, que a mãe dos dois.
?????? MERECIDAMENTE !!!!