Na espera de reajuste na folha de pagamento, os servidores do Banco Central (BC) agendam novas greves para chamar a atenção do governo. As movimentações estão sendo orquestradas pelo Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), que se reúne pela terceira vez com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, nesta sexta-feira, 18 de fevereiro.
Segundo o sindicato, caso não haja resposta do governo federal para as demandas apresentadas nos protestos, a categoria vai se organizar para uma greve por tempo indeterminado. A data prevista para início é 9 de março.
O encontro com o presidente do BC é o terceiro desde o início da paralisação da categoria. Os servidores esperam que as demandas apresentadas sejam levadas ao presidente Jair Bolsonaro.
“A expectativa do sindicato é ouvir como que o presidente [do Banco Central] vai trabalhar os nossos interesses, as nossas demandas junto à elite do governo, aos ministros, ao presidente Bolsonaro”, disse Fábio Faid, presidente do Sinal, ao Congresso em Foco.
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Além da correção salarial, os funcionários também cobram a implementação de um plano de Reestruturação de Carreira de Analistas e Técnicos.
Esquema da paralisação
A nova paralisação da categoria está marcada para o dia 24 deste mês. O protesto foi aprovado em assembleia, com mais de 90% dos votos favoráveis. O Sinal prevê a adesão de no mínimo 70% dos servidores e no mínimo 70% de adesão às listas de entrega e de não-assunção das comissões.
Por conta da pandemia, o órgão possui servidores no modelo de trabalho home office. A estes, a recomendação é de que desliguem os computadores e fechem todo o sistema de trabalho durante a paralisação.
O presidente do Sinal também afirma que o funcionamento da mesa de operações e de câmbio acontecerá normalmente, no entanto, alguns monitoramentos e manutenções de informática serão, ou atrasadas ou deslocadas para a sede, em Brasília.
O ato será o terceiro realizado pelo sindicato do BC. Os outros protestos aconteceram em 18 de janeiro e 9 de fevereiro.
Os pedidos presentes na paralisação, para além do aumento de salário, são sobre a reestruturação de carreira. Sindicalistas pedem mudança do nome do cargo de analista para auditor federal do Banco Central, com acréscimo de prerrogativas; exigência de nível superior para o cargo de técnico; possibilidade da Centrus voltar a ser o regime de previdência complementar do órgão; definição de cargo Exclusivos de Estado para os cargos de analista, técnico e procurador; criação da taxa de supervisão e estabelecimento de independência.
As manifestações por mudanças no funcionalismo foram ocasionadas pela inclusão de R$ 1,7 bilhão no Orçamento de 2022 para reajustar salário dos funcionários públicos sem citar quais categorias serão contempladas.
Procurado, o Banco Central não se manifestou sobre os protestos. O espaço segue aberto.
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